sábado, 2 de setembro de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.23


Nota da Autora: Esse recadinho vai ser um pouco extenso. Primeiro, quero avisar que esse capitulo é o ultimo que posto em um intervalo de uma semana porque meus pais estão vindo me visitar e não terei tempo para escrever. Contudo, como sabem a situação está em um angst e ainda não terminou. Acredito que algumas dúvidas e respostas ainda ficarão no ar. Eu tive meus motivos para criar esse plot e sim, me inspirei em Shondanás e Greys anatomy já que temos um casal de médicos na história. Não irei prometer postar antes do dia 11, (vale para todas as minhas fics em andamento) Sorry! Obrigada pelos comentários anteriores e pela compreensão. Mais uma vez, desculpa pelo angst e pelo cliffhanger. Encarem esse plot como um "fim" de temporada ou um "mini hiatus"... Dedicado as fãs de Greys (e eu não sou má como a Shonda!) Divirtam-se! 


Cap.23 

Algumas horas antes… 

Johanna começara o dia inteirando-se sobre o estado do paciente VIP. Era assim que o chamavam embora não tivesse nada de especial. Muito pelo contrario, todo cuidado era pouco com um criminoso desse nível. Após consultar o prontuário deixado por Daniel, ela seguiu com a enfermeira para a ala isolada. 
— Ele tem dado trabalho? Como se relaciona com a equipe? 
— O Dr.Gray nos orientou para evitar conversar com ele. O mínimo de informação trocada possível. Apenas atualizações sobre sua condição, perguntar se está sentindo dor. Nada além disso. Pelo que ouvimos, ele tentou um dialogo com o Dr.Lewis que não o agradou muito. 
— Entendo. Vou fazer um exame rápido para ver qual o real quadro para dar alta a ele. Confesso que o quanto antes nos livrarmos dele, melhor. 
— Acho que todos concordamos, doutora - ela empurrou a porta do quarto. O paciente estava deitado na cama distraindo-se com a televisão. Quanta mordomia, Johanna pensou. 
— Finalmente uma médica! E bonita. Confesso que estava me sentindo muito solitário aqui. E fiquei preocupado porque ninguém aparecia. Eu estou sentindo dores na área da cirurgia. Pontadas intensas. Pode me dizer o que é? Ou talvez me dar alguma droga para acalmar, quem sabe uma dose de morfina ou oxicodona, Vicodin? 
— Esses tipos de remédios não são indicados para a sua dor. Não tente sugerir algo apenas para incentivar seu vicio de drogas. Eu preciso realizar um diagnostico para entender porque está com dor e o que devo receitar. 
— Então, por favor, pode me examinar - Johanna se aproximou dele, ergueu um pouco o lençol que cobria seu estômago e apalpou a região do corpo onde a vesícula estava situada. Ele gemeu de dor - vai dizer seu nome, doutora? - ela apertou mais uma vez o local, ele gritou de dor. 
— Marshall. Dr. Marshall - abriu o curativo, a pele estava limpa, não havia sinal de infecção no pequeno corte da cirurgia. Estranho. Será que ele tinha mais algum problema além da vesícula? Não acreditava que Daniel tivesse cometido alguma negligência na cirurgia. Precisaria checar o abdomen internamente. 
— Vou chamar o residente. 
— Vai me dar o remédio agora? 
— Não. Preciso avaliar outras possibilidades. Vou realizar uma ultra-som, talvez uma ressonância. Eu volto. 
Saindo da sala, Johanna chamou o residente. Fazer a ultra-som poderia ser mais seguro, contudo talvez não conseguisse verificar a abrangência da dor. Indicou o que o residente deveria fazer, ela teria que levar o paciente até a maquina. Tinha duas alternativas: fazer isso sozinha ou colocar o residente no fogo. Teria que desamarra-lo. Era arriscado. Olhou para um dos policiais que faziam a escolta na ala. Isso poderia ser uma opção então dirigiu-se a ele. 
Do lado de dentro do quarto, o assassino sorria. Enganara a médica direitinho. Escapar seria mais fácil do que pensara. Ela comprou seu ato e iria proporcionar uma chance valiosa para que ele deixasse aquela maldita prisão. Assim que ela o levasse para o exame e o soltasse, podia colocar seu plano de fuga em ação. Olhando para o ambiente ao seu redor, ele procurava algo que pudesse usar como uma arma branca. Teria que estar preparado. 
Johanna voltou acompanhada do residente e um dos oficiais. Ao ver o trio, ele não gostou muito. Fingiu estar com dor para manter-se fiel a ideia. O terceiro elemento demandava uma atenção maior. Devia ter previsto que algo assim aconteceria, afinal ali era um hospital e certamente queriam prezar pela segurança de seus funcionários e pacientes. Tudo bem, era um pequeno obstáculo totalmente gerenciável. 
— Esses são Peter e o oficial Johnson. Eles irão me ajudar a leva-lo para a sala de exames. Vamos colher seu sangue para uma nova avaliação - o residente se aproximou com a agulha recolhendo um frasco de sangue para análise. Terminado, Johanna aproximou a cadeira de rodas da cama. O policial se aproximou do paciente removendo cautelosamente as algemas que o prendiam a cama. Não tinha qualquer intenção de fazer uma cena naquele momento. Tinha que demonstrar fraqueza, ganhar a confiança deles, faze-los acreditar que precisava desesperadamente de ajuda. Era um pobre paciente indefeso. 
E foi assim que agiu durante todo o percurso. Antes de entrar no quarto, seja por impulso ou instinto, Johanna decidiu por procurar no armário de remédios algo para ter como precaução. Escolheu duas doses de diazepam injetável. Dessa forma poderia garantir uma maneira de para-lo caso algo desse errado. Colocou no bolso do jaleco. 
Gemendo e comportando-se como um verdadeiro paciente em apuros, ele colaborou com a equipe. Johanna acompanhou o processo de retira-lo da cama e prende-lo na cadeira de rodas. O processo similar ocorreu durante o momento que eles o colocavam na maca do exame. 
Ela foi para a sala com o residente. O policial também foi obrigado a deixar o recinto e ficou no corredor. 
— O que espera encontrar, doutora? 
— Não sei ao certo, quero me certificar que não deixamos passar nada. Descobrir de onde vem essa dor. Está tudo pronto? - o residente afirmou com a cabeça, ela acionou o botão para falar com o paciente - por favor, não se mexa. Iremos começar o exame - ela ligou a máquina. Johanna observava atentamente para as imagens que surgiam a sua frente no monitor. Ela avaliou cada detalhe e não encontrou nada que justificasse a tal dor que o paciente afirmava sentir. O local da cirurgia estava intacto, não havia nenhum resíduo ou anormalidade que indicasse um problema. Estaria perdendo algo? Decidiu por medicar o paciente com algo leve apenas para fazer com que se sentisse mais confortável. Checou o relógio. Daniel deveria estar chegando a qualquer momento. Podia conversar com ele a respeito e então tomar outras precauções. Desligou o aparelho e fez sinal para o residente acompanha-la. 
Entraram na sala, dessa vez não estava acompanhada do policial. Junto com o residente, eles moveram o paciente até a cadeira de rodas e em um simples descuido do rapaz, o bandido acertou um murro no rosto dele fazendo-o tombar para trás. Johanna gritou com o susto e não teve a chance de se defender. O assassino a agarrou pelo pescoço e a imobilizou antes que Johanna tivesse tempo de reagir. Assim que o residente se recuperou, foi surpreendido com um taser em seu abdomen. O impacto do choque o derrubou outra vez. 
— O que você está fazendo? 
— O que mais? Preparando-me para minha liberdade tão merecida e você irá me ajudar. 
— Onde conseguiu isso? O taser? 
— Esse seu policial é muito despreparado. Foi fácil tira-lo da cintura dele. Agora você irá fazer exatamente o que eu disser se quiser sair dessa intacta. Lembre-se Dr.Marshall, você é meu ticket para a liberdade, um passo em falso e perdera sua vida. Você sabe que sou um assassino, não hesitarei em matar. Não planejo fazer isso se cooperar comigo. Preste atenção - Johanna engoliu em seco - tem algum interfone que possa nos conectar com a recepção e a direção? 
— Tem, na sala ao lado. 
— Ótimo, mexa-se! - ele saiu empurrando a médica pelo corredor rumo a sala. O policial vendo a demora, resolveu checar. Ao entrar na sala, foi logo empunhando a arma, porém Ron falou - nem se atreva! Você não é bom policial. Se tentar atirar em mim, ela é quem morrerá. Se cooperar talvez saia vivo e possa ir para casa. Coloque a arma no chão. Obedeça! - receoso, o oficial olhava para Johanna procurando por uma alternativa. 
— Faça o que ele está mandando para o seu próprio bem e o meu - ele obedeceu. 
— Agora podemos continuar. Esse seu radio irá me colocar em contato com um responsável da NYPD? 
— Não… 
— Então ficaremos com o plano A. Ligue! - Johanna acionou o botão da recepção. Uma das atendentes respondeu prontamente. 
— Cindy? É a Dr. Marshall. Preciso que faça um favor para mim. Tenho um código preto e… - mas ela não conseguiu terminar. Ron tirou o telefone de sua mão e tomou a frente da conversa. 
— Cindy, a doutora não entendeu o recado. Preste atenção no que você irá fazer. Nesse momento preciso que ligue para a central da policia, 911 e diga que Ron Brandt está com vários reféns no seu hospital. Você irá trancar as portas e ninguém sairá desse local e pedirá para alguém vir até aqui escutar quais são minhas exigências. Entendeu? 
— S-sim…
— Ótimo. Agora coloque essa ligação no viva-voz e pegue outra linha para fazer a ligação. Quero escutar tudo o que vai dizer. Pode ligar, eu estou esperando - o medo tomou conta de Cindy. Com a voz tremula, ela fez o que ele ordenou. A atendente da emergencia em segundos percebeu que não era brincadeira porque Cindy também acionara o alerta vermelho, um botão com conexão direta à policia para qualquer situação extrema no hospital. Da outra linha, Ron se fez ouvir. 
— Ela não está brincando. Sou eu que estou exigindo a presença de alguém com poder para negociar. Tem centenas de vidas em risco nesse hospital e não estou a fim de ser desafiado. Se for, prepare-se para responder por vários homicídios. Você tem cinco minutos para ligar de volta e me colocar na linha com uma patente da NYPD.  Quatro minutos e cinquenta segundos agora… - eles ouviram o clique do outro lado - Cindy feche as portas. 
Johanna pensou que não havia como ter certeza de que Cindy fizera o que ele mandara. Poderia ter discretamente expulsado varias pessoas do hospital. Claro que Ron pensava a mesma coisa. Ele caminhou com Johanna até onde o policial deixara a sua arma. Por precaução, Ron chutou-a para um pouco mais longe e inclinou-se quase estrangulando Johanna no processo para pega-la. Em seguida, ele se aproximou do oficial. Com o taser apontado para a médica e a arma para o oficial, ordenou que o mesmo pegasse as algemas e prende-se no punho e numa barra de ferro próxima a maquina. Sem oferecer resistencia, o oficial obedeceu. Ele não estava muito preocupado com o residente ainda caído no chão, mas como diz o ditado, melhor prevenir e atirou na perna dele. Johanna gritou assustada. 
— Não grite, comporte-se! 
— Você atirou nele! Qual a necessidade? 
— Precaução. Ele vai sobreviver. Vamos para a recepção, preciso ver se Cindy cumpriu o que pedi ou vai querer uma bala. E nada de truques, doutora. Tem bala para você também. 
Ao chegar na recepção, ele viu que as portas estavam fechadas. Havia seguranças nas portas e várias pessoas apreensivas no saguão. Assim que o virão os seguranças sacaram as armas. 
— Eu não faria isso se fosse vocês…estão vendo? Eu também tenho uma arma e não vou hesitar em usar na doutora. Eu não tenho intenção de matar ninguém, quero que a policia cumpra minhas exigências, porém se vocês me ameaçarem, o número de vitimas será bem maior que a Dr. Marshall. 
— Por favor, não atirem. Não façam nada… - ela suplicou - há muitos civis aqui. 
— Escutem direitinho. Tirem suas armas e as coloquem no chão. Vamos! - eles obedeceram - agora afastem-se - ele pegou mais uma arma e colocou presa às costas e tirou o pente da outra - Cindy, estou esperando a ligação - ele ouviu um barulho de sirene - hum! Mandaram um time para conversar. Agora estamos fazendo progresso - ele mal terminou de falar, o telefone tocou. Era o tenente da NYPD responsável por negociar com Ron. Cindy lhe entregou o telefone. 

XXXXXXXXX

Beckett chegou a frente do perímetro bloqueado do hospital. Vários carros da policia estavam estacionados impedindo a passagem de civis e veículos. Mesmo caminhando mais lento que o normal, ela mantinha a pose determinada e confiante de policial. Tirou seu distintivo quase esfregando na cara do oficial da patrulha. 
— Capitã Kate Beckett, 12th distrito. Eu sou a policial que prendeu o bandido que está fazendo reféns nesse hospital. Preciso falar com o responsável pela operação. Pode me dizer quem é? 
— Senhora, e-eu não acho que aqui é um bom lugar para uma gra…- ela o cortou na hora já irritada. 
— É capitã. Vai me deixar passar ou terei que fazer isso na marra? Vou perguntar mais uma vez, quem é o responsável pela operação? 
— Tenente Richmond. 
— Ótimo! - ela passou pelo oficial e caminhou chateada para o seu encontrou com o tenente - não posso passar porque estou gravida! Que absurdo! Devia mandar prende-lo por desacato - resmungando, ela finalmente chegou ao local onde um homem na faixa de uns quarenta e cinco anos comandava um grupo de oficiais devidamente fardados, armados e protegidos com coletes. Sera que ele estava pensando em invadir o hospital? Erguendo seu distintivo outra vez, ela o abordou - Tenente Richmond? Capitã Kate Beckett, 12th distrito. Qual a situação? 
— O que faz aqui capitã? Ninguém morreu ainda. Não precisamos da Homicídios. 
— Eu estou aqui para ajudar. A médica refém é minha amiga e fui eu quem coordenou a prisão do bandido em questão. Ron Brandt. Posso lhe garantir que ele é um cara muito esperto. Você já falou com ele? 
— Sim, ele fez algumas exigências. Quer um helicóptero, cento e cinqüenta mil dólares, a garantia de que não o perseguiremos. Ameaçou levar a médica junto para ter certeza de que não o prenderemos. 
— Ele não quer voltar para a prisão. Vai cumprir com o pedido? 
— Você pensa que sou idiota? Claro que não! Eu vou enrola-lo e invadir esse hospital. 
— Então você definitivamente é um idiota! Ron Brandt não vai se render facilmente. A situação que você tem diante de si tenente é critica e perigosa. Sabe quantas pessoas estão no hospital entre empregados e pacientes? 
— Não recebemos um numero definitivo. Estimamos cerca de 150 pessoas. 
— Ele não vai se deixar ser pego. Ron tomou uma decisão no momento que deixou a Sing Sing. Nunca mais voltar para lá e será exatamente isso que ele fará. 
— Sinto muito desaponta-la, mas não vou perder a chance de manda-lo de volta para a sua cela. 
— Talvez precise fazer sua lição de casa, tenente. Ron Brandt simulou um assalto a uma agência bancaria apenas para conseguir o conteúdo de um cofre. Usou uma equipe, vestiram-se de médicos e ele passou por um dos reféns, um epiléptico. Assim que conseguiu o que queria simulou uma crise para deixar o banco. Ele é bom nisso. Provavelmente foi o que fez no hospital para conseguir a atenção de Johanna. 
— Como você sabe disso? 
— Porque eu me disfarcei de paramédica e acabei sendo a pessoa que tirou-o de lá, afinal pensávamos que era um civil em perigo. Não para por ai. Eles tinham C4 no banco e Ron matou duas pessoas para conseguir a combinação do cofre. Ia matar a terceira quando conseguimos captura-lo. Acredite em mim quando digo, ele não é um amador. E se você não cumprir as exigências dele, sinto muito informar que ele matará pessoas para escapar e se não conseguir pode se matar. Para mim está bem claro que ele prefere a morte que voltar a prisão. 
— Você realmente está me mandando conseguir o tal helicóptero? 
— Todas as exigências. Já tem um plano para manter as vitimas em segurança? Se não, é melhor pensar nisso. Caso contrario, ele vai começar a matar quando souber que não terá o que pediu, tenente. 
— Isso é um absurdo! Ele é um bandido! 
— Eu sei. Mas se quer pega-lo, terá que pensar primeiro nas mais de cem vitimas que estão nesse hospital - Beckett viu-o afastar-se um pouco. Pegara o celular provavelmente para consultar um superior. Ela observava tudo ao redor. Precisava achar um meio de entrar no hospital.

XXXXXX 

Quando Castle chegou em casa, a primeira coisa que chamou sua atenção foi o cheiro de queimado no ar. O que acontecera? Será que Kate fora tomar banho ou cochilara e esquecera algo no forno? Ao se aproximar da área da cozinha, ele notou o forno ligado. Cuidadosamente, abriu a porta do forno e a fumaça encheu o ar. Chamou por ela. 
— Kate? Está no quarto? Kate! - ele tirou a travessa com o porco torrado colocando sobre o balcão. Deve estar dormindo pesado, pensou. Encaminhou-se para o quarto - Kate? Você queimou o nosso jantar…- mas ela também não estava na cama, nem no banheiro. Onde se metera? Não sairá de casa deixando o forno ligado, isso era totalmente o oposto de algo que Beckett faria. Resolveu checar o quarto de Lily. Nada. Isso era um comportamento completamente inesperado da sua esposa. Retornou ao quarto pegando seu celular para ligar para ela. Como de costume, ligou a tv. A chamada de boletim exclusivo chamou sua atenção. 
Castle ouvia a historia e sentia seu corpo amolecer. As pernas fraquejarem por um instante forçando-o a sentar-se. 
— Ah, não…meu Deus! - a repórter falava sobre o caso e mostrava o ambiente na área externa do hospital. Castle deixou o celular escorregar de suas mãos - Kate, não… - infelizmente era sua mulher, a capitã estava proximo a um dos carros da NYPD conversando com outros policiais - minha mulher é louca! - ouvir o nome de Ron Brandt também não ajudara em nada, a cada minuto que passava, Castle ficava mais apreensivo e tenso. Ele precisava ir até lá e arrastar, pensando bem, arrastar não era o termo apropriado. Ele precisava faze-la entender o risco de estar ali ou de tentar participar nessa operação. Ligou para ela pegando a chave do carro e saindo. A ligação foi para a caixa de mensagem. Tentou outra vez, o mesmo resultado. Será que ela estava fazendo de propósito ou não escutara? Castle decidiu agir rápido e chegar o mais depressa ao local. A próxima ligação que fez foi para Paul. O médico também não atendeu. 
A verdade era que tanto Beckett quanto Paul tinham problemas maiores no momento. Ela convencera o tenente a conseguir o helicóptero. Tentara persuadir o responsável para participar da operação o que obviamente foi negado. Ela estava indócil. Não podia deixar Johanna na mão. Beckett decidiu observar o perímetro. Tinha uma boa distância bloqueada e nenhuma ambulância encostava na entrada da emergência. Os pacientes críticos que estavam a caminho desse hospital estavam sendo redirecionados para outro lugar. Ela matutava o que poderia fazer para entrar no hospital. Uma ideia lhe ocorreu e viria bem a calhar devido as circunstâncias.    
Beckett caminhou até uma área onde dois carros de patrulha estavam estacionados bloqueando o caminho de acesso da emergência e das ambulâncias. Ouviu um dos oficiais explicar para uma pessoa que todas as situações de risco ou criticas que se aproximavam estavam sendo direcionadas para outros hospitais. Ninguém entrava nem saia dali sem ordens expressas do tenente. Veremos, pensou Beckett. 
Ela colocou a mão na barriga. Surrupiou uma garrafa com agua que viu abandonada perto de um poste. Fez careta e começou a gritar simulando contrações. Caminhava com dificuldade até os policiais. O teatro era bem feito. Gemidos e gritos longos de dor pareciam reais aliados as expressões faciais que ela fazia. Beckett agarrou o braço de um dos policiais com força. 
— Por favor… ajude… minha filha! - ela deu mais um grito - e-la vai…nas-nascer…. door… ajude, eu preciso do…hospital. 
— Eu sinto muito, moça. Ninguém pode entrar nesse hospital. E-eu vou chamar o 911 pelo rádio e pedir uma ambulância. 
— Não dá tempo… a bolsa… - ela fez questão de afastar as pernas, a agua jorrou pelo meio delas - a bolsa estourou… ela vai nascer… 
— Dona, oh… meu Deus! E-eu não posso fazer isso… vou falar com meu superior e… - Beckett apertou outra vez o braço dele com vontade. Pegou o distintivo na bolsa. Mostrou ao oficial. 
— Eu sou capitã. Você não precisa contatar ninguém. Sei me virar - ela percebeu que uma ambulância encostara próximo ao carro da policia. Um paramédico desceu para perguntar se havia pacientes para serem transportados ou reféns. Beckett reconheceu o símbolo do hospital em sua farda. Era um dos que trabalhavam ali. Isso podia dar certo. 
— Tenho uma grávida, ela está com muita dor. Melhor trazer uma cadeira de rodas - o paramédico prontamente obedeceu. Beckett sentou-se e pediu para ele agir rápido. Aliviado por ter se livrado da responsabilidade de lidar com uma grávida, o policial nem percebeu que o paramédico não levara a grávida para a ambulância. Beckett rapidamente trocou umas palavras com o rapaz. 
— Tony, eu preciso entrar naquele hospital - ela mostrou o distintivo - eu não estou tendo contrações e minha bolsa não estourou. Sou amiga da Dr. Marshall e conheço o bandido que a fez de refém. Eu o prendi. Existe outra entrada de emergência além dessa? 
— Não de emergência, mas tem a área comum das ambulâncias. 
— Você tem acesso? - ele meneou afirmando - Ótimo. Leve-me até lá - ele a olhou um pouco apreensivo - olhe, estou armada. Sei me cuidar e preciso ajudar Johanna- Beckett suspirou quando viu que o convencera. Ele guiou-a na cadeira de rodas até o local. Usou seu crachá e seu código para entrarem. Ainda sentada, ela pediu - pode me dar uma explicação geral de como me locomover no hospital? Onde é a emergência, a recepção daqui? 
— Eu não vou deixa-la sozinha. 
— Você vai. Não precisamos de mais uma vitima. Apenas me ensine como andar pelos corredores do hospital para que eu ache Johanna - e ele o fez. Beckett movia-se com muito cuidado em direção a recepção. Ela não gostaria de enfrentar Ron na frente de vários civis. Não queria arriscar. Teria que contar com a sorte. 
Do lado de fora, Castle estacionou o carro a pelo menos dois quarteirões do hospital. Corria para o local ainda tentando falar com Beckett ou Paul. O celular dela tocou baixinho. Beckett pegou-o na mão. Vendo que era o marido, decidiu não atender. Então, o remorso a tomou. Eles haviam prometido que não esconderiam mais nada um do outro desde Loksat. Atendeu, a voz quase um sussurro.  
— Castle, por favor, preste atenção. Eu não posso me estender muito, eu estou bem. 
— Beckett, me diz que você não está no hospital. Por favor… - mas ela não precisava responder, ele já sabia a resposta - Deus! Você é louca… 
— Eu preciso achar Johanna, Castle. Eu vou colocar o celular no silencioso. Não quero que Ron desconfie. 
— Cuidado, por favor… você sabe que esse cara é perigoso. E-eu não quero perder você e Lily, e-eu…
— Vai ficar tudo bem. Eu te amo, Rick. 
— Always - Castle percebeu que suas mãos tremiam quando desligou o celular. Sabia da competência da sua esposa, confiava nela com uma arma, rendendo bandidos. Dessa vez, porém, ela não estava em seu estado regular. Ela estava grávida e seus movimentos eram mais lentos. Não, ele não podia pensar no pior. Respirou fundo. Tinha que furar esse bloqueio. Ao chegar próximo ao local onde uma faixa amarela enorme e vários cavaletes bloqueavam o caminho, ele viu Paul chegando correndo. Ele falava com o policial. 
— Não posso entrar? Como não? A médica que está lá dentro é minha namorada! Eu trabalho nesse hospital. Eu operei o bandido, pelo amor de Deus! Como você me diz que não posso entrar? 
— Senhor, desculpe. Eu não posso liberar ninguém. São ordens. 
— Então é bom você checar com os seus superiores ou pode estar cometendo um grande erro - Castle interrompeu cheio de si. Paul o olhou intrigado, porém logo compreendeu que precisava entrar no jogo do escritor - O Dr. Grey foi chamado aqui por causa do suspeito Ron Brandt que mantém reféns nesse hospital. Não acredita em mim? Ligue para a central de policia. Chame o tenente Ryan. Posso até lhe dar o numero dele para facilitar sua vida. 
— Quem é você? - Castle não respondeu e tampouco esperou o oficial responder. Discou o numero do amigo. 
— Ryan, preciso que fale para um dos oficiais… - ele olhou para o rapaz e para a placa de identificação - oficial Parker, quais são as ordens para a liberação do Dr. Grey e sua urgência - Castle colocou a ligação no viva-voz. Conhecendo o escritor e suas maluquices, ele resolveu seguir com o que o amigo pedira. 
— Oficial Parker, posso saber qual o problema? Castle não foi claro quanto as ordens com você? 
— Senhor, e-eu não posso deixar ninguém ultrapassar. Ordens do meu superior. 
— Qual o nome do seu superior? 
— Tenente Richmond, senhor. 
— Então oficial Parker saiba que uma ordem direta do Lieutenant Ryan da 1PP devidamente apoiada pela Capitã Gates não precisa de checagem. Irá executa-la? 
— S-sim, senhor. Desculpe, Lieutenant Ryan. 
— Ótimo. Castle, me ligue caso tenha outro problema. 
— Claro, Ryan. Agradeça a Gates por mim - ele desligou o celular - então? - o oficial ergueu a faixa deixando Paul passar, Castle foi ligeiro aproveitando a brecha. Quando estavam apressando o passo, ele deu a noticia ao médico - temos um problema. Beckett está lá dentro e eles não estão deixando ninguém entrar. Você tem um plano porque eu já usei o meu. Alguma entrada secreta? Preciso de opções, Paul. E rápido antes que os demais caras da NYPD nos vejam. 
— E Johanna? Ela está bem? 
— Eu não sei. Beckett ia procura-la. Precisamos de… - mas foram interrompidos - o celular de Castle tocou outra vez. Ryan - hey, eu consegui e…
— Quer me dizer o que você está fazendo? Beckett vai mata-lo se tiver a ponto de fazer loucura, Castle. 
— Eu que deveria estar fulo da vida com ela. Ryan, Beckett está nesse momento dentro do hospital sabe-se lá em que condições. não sei se Ron a fez de refém também. Ela está lá Ryan. Não posso deixa-la sozinha… 
— Por que voce não disse que estavam em apuros? Estou indo para ai.  
— Hey! Quem são vocês? - o atirador da SWAT usava colete e tinha em mãos uma arma de elite, própria de atirador profissional. 
— Ele é o médico do suspeito. Dr. Grey, ele operou Ron Brandt. 
— Não devia estar aqui, doutor. Não ha nada que possa fazer. 
— Mas eu sou funcionario do hospital, eu o operei e tem colegas e pacientes precisando de mim lá dentro. 
— Não posso deixa-lo entrar. Ordens do tenente e do sequestrador. Ninguém se aproxima das portas do hospital. Estamos trabalhando nas exigências dele. Vou leva-lo até o tenente Richmond. E você quem é? 
— Eu estou com ele - Paul quase riu do jeito de Castle, mas a situação exigia que ambos fossem convincentes. 
— Ele é um colega que veio dar sua opinião no caso do Sr. Brandt - o SWAT não questionou, apenas fez sinal para o seguirem. Castle cochichou para Paul. 
— Isso não vai dar certo, o tal tenente não vai nos deixar entrar. 
— Ele deixou a Beckett… 
— Ah, Paul… não, Beckett deu um jeito de entrar. Nenhum policial em sã consciência autorizaria uma grávida a entrar em um hospital em situação de risco. Voce não conhece minha esposa. 
— É, agora que você falou posso imaginar que é bem o estilo dela. O que faremos? 
— Dependo de você. 
— Tenente, encontrei esses médicos a caminho do hospital. Ele foi quem operou o suspeito. O outro é um colega. 
— Vocês não deveriam estar aqui. 
— Como não? Eu trabalho nesse hospital. A médica que está sendo feita de refém é minha parceira. Não apenas profissionalmente. Eu deveria estar de plantão agora, me sinto responsável. 
— Eu sinto muito, Dr… 
— Grey. Esse é Castle. 
— Como ia explicar, Dr. Grey, infelizmente não posso deixar ninguém entrar, ordens do sequestrador. Não posso estragar a negociação em andamento. 
— Já tem uma negociação? O que ele pediu? - perguntou Castle interessado. 
— Um helicóptero, dinheiro e a garantia que não seria seguido. Ele quer escapar. Eu sou totalmente contra a ideia. Por mim, já teria invadido esse hospital com meus homens. 
— Péssima ideia, tenente - disse Castle. Paul olhou para o escritor sem entender. Resolveu insistir com a autoridade. Também achava que estavam dando muita atenção e escolha para o criminoso. 
— E qual o problema? Pode fazer isso, não? Apenas invadir o hospital? 
— Eu falei com meu superior depois que a capitã Beckett disse que ele fugiria de qualquer jeito e mandou eu conseguir as exigências. Meu chefe concordou com ela. O tal do Brandt ameaçou levar a médica com ele como garantia. 
— Ah, não… Joh… 
— Bem-vindo a minha vida, Paul. Tenho até medo do que essas duas podem aprontar - Castle puxou o médico para um canto a fim de que o policial não o ouvisse - ok, você tem um plano? 
— Plano? Eu quero que a Joh saia viva dessa. Sem ferimento ou coisa pior… por que está me perguntando de plano? 
— Porque sua mulher está em perigo, a minha também. Você deveria ter um plano! 
— Eu não tenho! Espera, você tem? 
— Ainda não, mas preciso bolar um. Não posso deixar minha parceira sozinha nessa. Tenho que entrar nesse hospital - de repente, os olhos de Castle brilharam - Paul, qual o seu nível de acesso no hospital e mais importante, o quanto você o conhece? 
— Castle, está louco? Você está sugerindo que eu invada o hospital? 
— Eu e você. Se não quiser, eu farei isso sozinho, não me importo. Conte tudo o que você sabe. 

XXXXXXX 

Beckett estava bem próxima da recepção. Ela precisava de uma visão clara. Tinha que saber onde exatamente Ron estava para entender suas opções. Um rapaz que ela julgou ser enfermeiro surgiu no corredor trazendo uma jarra com agua. Colocando o indicador sobre os lábios, ela fez sinal para que ele se aproximasse. Frente a frente, ela começou a trabalhar em seu interrogatório. 
— Está tudo bem. Sou policial - mostrou a arma na mão - preciso que me ajude. Quero saber qual a posição de Ron e Johanna. 
— E-ele não está na recepção. Tirou todas as armas dos seguranças. É, ele está armado. Foram para a enfermaria da direita. Ele e a Dr. Marshall. Está esperando o retorno da NYPD sobre o helicóptero. O interfone permanece ligado para que ele monitore as coisas através de Cindy. Pelas minhas contas, tem dez minutos ou ele vai começar a matar reféns. 
— Eu preciso da sua ajuda. Tenho que chegar a enfermaria. É a minha única chance. Me leve até lá.  
— Mas você está grávida. 
— Eu sei qual o meu estado. Mais um motivo para você me ajudar. Eu conheço esse cara. Sei como ele funciona, eu o prendi. Só preciso chegar até ele. Preciso ter uma ideia clara de onde ele está e como está mantendo Johanna refém a ele. Essa enfermaria tem apenas uma entrada? 
— Não, tem duas. Você pode me seguir - Beckett foi com o rapaz. Mantinha sua arma em punho, destravada. Não podia brincar com Ron. Ele não pensaria duas vezes antes de atirar nela. A visão que Beckett tivera era, de certa forma, privilegiada. Ron estava de costas para ela, mantinha Johanna próximo ao seu corpo. Podia ver a arma apontada para a médica enquanto ela trocava o curativo dele. A capitã decidiu esperar até que a amiga terminasse o serviço. Não queria comprometer a vida de Johanna mais do que já estava exposta. 
Ela teria que ser rápida. Ganhar a atenção do suspeito para que o impedisse de puxar o gatilho. Ou talvez já começasse atirando. Não, isso definitivamente era uma má ideia. Ela ponderou seu próximo passo, talvez negociar de igual para igual sem deixar sua arma de lado. Beckett o conhecia, podia jogar a seu favor e principalmente se pudesse tirar Johanna do meio do perigo. Respirou fundo, de arma em punho, Beckett deu o próximo passo comunicando a sua entrada. 
— Ron Brandt, não se mexa. E nem pense em apertar o gatilho dessa arma que você tem em mãos - ele virou-se para fita-la - se lembra de mim, Ron? 
— Ah, Kate! O que você faz aqui? 
— Deveria saber quem voce é? 
— Não se lembra, Ron? Eu o tirei de um suposto assalto a banco porque você fingia uma crise de epilepsia afinal você era a pessoa por trás do golpe para chegar até seu filho depois de ter matado seus sogros, não? Refrescou sua memória? Eu era detetive na época, agora sou capitã. Meu parceiro era um dos reféns. 
— Ah, certo. O carinha que insistia em resolver o assalto. Eu não esqueci vocês. Na verdade, está bem diferente. Claro que eu sei que não está gorda, acha que pode me deter estando grávida, capitã? 
— Está sendo um pouco preconceituoso, Ron. Como conseguiu escapar da prisão, Ron? Outro de seus golpes se fazendo de doente? Já devia imaginar. Aposto que fez um teatro para a Johanna se compadecer de você, não? Afinal, ela fez um juramento e não faltaria com ele qualquer que seja o paciente, mesmo um criminoso assassino como você. Para a sua informação, a gravidez não tirou minha habilidade de atirar. Continuo com uma boa mira, porém esse não é meu objetivo. Quero que todos saiam daqui com vida e sem perdas.
— Fácil para você falar. De acordo com seus planos, eu volto para a prisão. Isso não vai acontecer. E estou disposto a matar por isso. Começando pela doutora aqui - Ron apertou o cano da arma no pescoço da médica, Beckett esforçava-se para mante-lo ocupado conversando até o momento certo. 
— Hey! Devagar! Soube que suas exigências estão a caminho. Helicóptero, bem ao estilo 007. Quanta evolução para o cara do ônibus. Se bem que era o seu parceiro que comandava no banco. Eles me disseram que levaria dez minutos. 
— Eles estão atrasados. Vou ter que mostrar quem está dando as cartas. 
— Posso lhe dar um conselho? Cuidado ao falar com o tenente responsável da operação. Ele não está muito disposto a lhe conceder as exigências. Para falar a verdade, a única razão porque está conseguindo o helicóptero é porque eu intervim. Mandei obedecer a cadeia de comando e lhe conceder o que pedia, ele falou com o superior dele e ficou bem chateado. Está louco para manda-lo de volta para a Sing Sing. Eu esperava que ele tivesse se arrumando para invadir esse hospital, Ron. Se isso acontecer, você vai voltar para a prisão. É um fato. A menos que tenha um plano B. Você tem? 
— Eu não irei voltar para a prisão, entendeu? Não mesmo! É melhor eu checar se Cindy recebeu noticias. Melhor ainda, vou lembra-los de quem está no comando - ele pegou o interfone outra vez chamando por Cindy. Johanna aproveitou que ele a mantinha de costas e mesmo com a arma apontada para a sua carótida, ela fazia pequenos gestos quase imperceptíveis para Beckett querendo que a capitã aproveitasse o momento para abater o alvo. Claro que Beckett pensara a mesma coisa, a sinalização de Johanna indicava o melhor lugar para que ela atirasse. Era um bom momento pelo foco de Ron estar no telefonema. Ele gritava. 
— Como você não recebeu nenhuma resposta? Eu quero saber onde está meu helicóptero agora! Cindy, coloque o responsável na linha ou eu não hesitarei em atirar. Vamos, Cindy! - Beckett notou que ele estava impaciente. Aparentemente, o tenente Richmond não estava contribuindo para diminuir o nível de raiva que tomava conta de Ron ao demorar em atender a ligação. Definitivamente, esse cara era um idiota e um péssimo negociador, pensou Beckett. Por fim, ele voltou a conversar. 
— Mais dez minutos? Que diacho de incompetente é você que não consegue arranjar um helicóptero? E não me venha com desculpas sobre piloto ou licença. Qualquer piloto serve! E quanto ao meu dinheiro? - ele ficou quieto um momento ouvindo as prováveis desculpas do tenente, o rosto tornava-se mais vermelho a cada segundo. Johanna aproveitando o momento de descontrole do sujeito tentou desviar o corpo um pouco mais para a esquerda para facilitar a visão e a mira de Beckett. Porém, Ron Brandt não era um criminoso de quinta, muito menos um marinheiro de primeira viagem por assim dizer. Rapidamente, ele segurou o interfone entre o ouvido e o ombro e baixou a mão acionando o taser na lateral do corpo de Johanna que gritou, 
— Não! Pare! o que você pensa que está fazendo? - Beckett gritava de volta. Ron não respondeu de imediato, voltou sua atenção para a ligação. 
— Você tem dez minutos ou a doutora morre! - desligou o telefone com raiva. No próximo segundo, ele ligou outra vez para Cindy - adivinha? Você tem uma missão muito importante, Cindy. Em cinco minutos, voce irá ligar novamente para o imbecil do tenente para cobrar meu helicóptero. Se voce não fizer, a doutora vai levar um choque a cada minuto, entendeu? - mas ele estava ligado o bastante no que acontecia ao seu redor mesmo com os choramingos de Cindy do outro lado do telefone. 
— Por favor, não faça nada com a Dr. Marshall, ela é boa. Não precisa morrer… e-eu vou ligar, prometo, por favor… - Ron tinha os olhos atentos ao da capitã. Havia algo acontecendo. 
— Olhe para mim, capitã. Eu disse somente para mim! - ele gritou. 

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Castle esfregou o rosto com ambas as mãos visivelmente nervoso. Eles ainda estavam um pouco distantes de onde o policial conversara com os dois. Paul também estava muito preocupado, principalmente depois de ser sabatinado por Castle e ver que o escritor pensava em agir por conta própria. 
— Certo, vamos repassar o que você me disse. Há umas docas na parte de trás do hospital onde caminhões de suprimentos chegam para descarregar e carregar todo tipo de material incluindo lixo. Você tem acesso ao local. Depois de passar das docas, se pegarmos o elevador de serviço basta acionar o “L” para chegarmos ao andar da recepção. Um longo corredor passando por salas de exames, farmácia e enfermaria até alcançarmos a frente do hospital. Ótimo! Não me parece tão difícil. Você não teria como acessar o sistema do hospital? Talvez baixar uma planta? Droga! Nessas horas eu sinto falta dos brinquedinhos do FBI. É isso! Talvez se eu falar com Gates e ela contatar o Bureau e… - ele sentiu as mãos de Paul com força sobre seus ombros. O olhar verde profundo e fixo no seu. 
— Castle, será que você consegue ouvir o que está dizendo? Está sugerindo que entremos no hospital clandestinamente para encontrar um criminoso, reféns e potencialmente nos tornarmos vitimas também. Nós sequer temos armas! Isso é loucura! 
— Paul, ele está mantendo sua mulher como refém e tenho quase certeza de que a minha esposa também está na mesma sala que eles. Eu não sei quanto a você, mas eu não vou abandonar Beckett. Ela é minha parceira e nós enfrentamos o perigo e corremos riscos juntos, independente do que possa acontecer. Se você não quer se arriscar, ótimo! A escolha é sua. Eu vou atrás de Beckett portanto me dê o seu crachá e o código porque eu… - a voz de Castle foi silenciada com o barulho de três tiros disparados quase que em sequências com poucos segundos um do outro. O olhar aterrorizado do escritor dizia tudo. Paul sentiu suas forças se esvaírem pelas pernas. 
— Joh…

— Oh, meu Deus….Beckett! - o grito apavorado de Castle foi abafado diante da confusão que se formara na frente do hospital. 


Continua....

3 comentários:

Unknown disse...

Sério que você terminou assim, nós deixando com o coração aflito.
E que o quê nós resta e esperar a próxima fins,como você pode fazer isso com a gente já estou enfartando 😟😟😟😟😟.

Espero que não demorem a postar a continuação, e quanto isso só mesmo resta pedir tranquilidade a Nossa Senhora dos corações aflitos um pouco de sossego 😂😂😂😂😂😂😂.
Ps. Brincadeira a parte parabéns como sempre você arrasou 👏👏👏👏👏👏
Merece milhares de corações ❤❤❤❤❤❤
Você é realmente incrível no quê faz meus sinceros agradecimentos, espero que não demorem demais a postar pois é muito boas suas fins ,principalmente a quê ser referem a CASKETT e a Stanathan amo de paixão todas falando isso não demorem a postar sobre Staninha,Nate está minha lindinha Gigi e o meu lindo Jeff dês de já obrigada e parabéns de novo

cleotavares disse...

Uau! Que capítulo. Eu acho que se alguém me fotografasse lendo esse capítulo, eu apareceria de olhos esbugalhados. Muito bom!
Gente! Mas, a D. Kate extrapolou os limites da loucura. Eu sei que ela é boa no que faz, mas tem a Lily. Vou concordar com o Castle se ele lhe der um "puxão de orelhas".
Só para me tranquilizar, me diz que esses 03 tiros saíram todos da arma da Kate.

Kah! Aproveita, e paparica bem "muitão" seus pais.

Vanessa disse...

Suas notas não estão me ajudando a me acalmar.
Imaginei uma bombinha com a gravidez ou uma explosão de ciumes de Paul, mas GA em Castle, so esperava o "conforto" mesmo.
Que porco esse cara. aff
Johanna parecia estar desconfiada ao guardar o medicamento. Ela bem que poderia ter esperado Daniel chegar para fazer esse exame ne? Não que esteja culpando ela... O bandido ja tinha tudo planejado.
Policiais idiotas... aff. Não é bom policial mesmo, amador, perder o taser e nem perceber. Idiota.
To rindo de nervoso da capitã Beckett querendo prender o oficial por desacato, so pq não queria liberar passagem para uma capitã gravida haha.
Agora que me toquei que o cara é o mesmo do Banco. Misericordiaaaaa parte 2
Kate dando aula ao tenente hahaha
Meu Deus Kate deixou o fogo ligado. Podia ter causado um incêndio. Misericordiaaaaa 3
Castle minha pernas tão molinha tb. Karen vai me matar qualquer dia.
Gente ela vai fingir que ta em trabalho de parto. Meu Deus ahahah
Ela atendendo Castle. Achei lindo. Cumprindo mais ou menos a promessa. Quase chorando com essa conversa deles. Ainda bem que vc não é shondonás, só fã.
Castle dando seu jeitinho. Ryan um anjo como sempre. Não sei se fico feliz ou mais apavorada com os dois entrando no hospital.
Bem, Caskett junto é melhor que separado, mesmo nesse caos.
Paul e Castle parceiros ahahaha Eu to parindo aqui e nem to gravida...
Por que Johanna ainda nao injetou o negocio nele? Esqueceu que pegou?
Por que Beckett foi lembrar o cara que ajudou a prende-lo? aiii
Que Tenente idiota, meu Deus.
Castle eu te amo tanto por não abandonar sua parceira.
Tres tiros... Eu to fui atingida. Page Cardio!