sábado, 18 de novembro de 2017

[Castle Fic] Vendetta - Cap.10


Nota da Autora: Como já comentei uma vez, a freqüência dessa fic é diferente das demais por se tratar de algo detalhado e cheio de angst. Pois bem, quero pedir desculpas antecipadas pelo que vocês irão ler nesses próximos capítulos. Pela dor, a tristeza e...outras coisas. Essa é uma das fases pesadas dessa historia. Não há outra forma de conta-la. Acreditem, está sendo difícil escreve-la. Vejo vocês no proximo capitulo. 


Cap.10 

— Castle, calma. Acredito que você está se deixando levar pela informação que acabei de lhe dar. 
— Não, eu realmente estou sentindo que algo de ruim aconteceu a ela. Jordan, há algumas semanas atrás, ela reencontrou Mike. O cara agiu completamente psicótico com ela tanto que Beckett voltou a ter pesadelos. E-eu sei que há algo errado. Posso sentir. E-eu preciso ligar para os rapazes… e-eu tenho que localizar… o carro, o carro dela…sim… eu… 
— Respire, Castle. Ainda acredito que você está exagerando, mas vou desligar para que contate o pessoal dela. Assim que tiver noticias, me ligue de volta. 
— Certo. 
— Eu tentarei entender como o sistema deixou um sujeito como Logan em liberdade - Castle desligou. Os dedos tremiam tentando ligar para Ryan. Ao ouvir a voz familiar do amigo, ele se concentrou no que precisava ser dito. 
— Ryan, e-eu preciso de sua ajuda…é a Beckett, e-eu acho que ela pode estar em apuros. 
— O que aconteceu, Castle? 
— E-ela não apareceu em casa e faz três horas que falou comigo e… Ryan, e-eu não sei o que fazer. Po-de checar o carro dela? Tem GPS não? 
— Sim, todos os carros da policia tem. Eu vou checar para você, me dê um minuto para entrar no sistema. Eu acho que você está se desesperando à toa. Beckett deve estar no trânsito, a reunião com Gates pode ter se extendido e… - Castle o cortou. 
— Ryan, ela me mandou uma mensagem dizendo que estava a caminho de casa. Três horas, não é normal. 
— Espera, estou fazendo a busca pela viatura. Deve me dar um endereço. Você terá que me ajudar a identifica-lo, ver se soa como um lugar comum que ela frequentaria. Ok, estou com o resultado na tela. É um endereço no SoHo. Vou enviar para você - Castle olhava impaciente para a tela com a ligação no viva-voz . O sinal de mensagem apareceu na tela. Ele clicou alterando o aplicativo para o google maps - recebeu? 
— Estou abrindo e…. eu conheço esse lugar. Fica perto de…sim! É um mini mercado que ela gosta de frequentar, na mensagem que enviou para mim disse que ia fazer um jantar especial. Se o carro dela ainda está lá…
— Deve estar fazendo compras, Castle. 
— Não, o carro foi abandonado. Ryan, Beckett foi sequestrada. 
— Vou mandar uma patrulha agora para verificar. Castle, por que diz que ela foi sequestrada? É da Beckett que estamos falando. 
— Sim, eu sei. Porem, é com um inimigo em particular que estou preocupado. 
— Juro que quero entende-lo, Castle. Eu admiro suas teorias malucas, mas você não está dizendo coisa com coisa, acredito que está se deixando afetar pela sua preocupação com Beckett e…
— Ryan, nós não fomos completamente sinceros com vocês no caso de Jane. Não era um caso de copycat, nunca foi. Eu preciso contar a verdadeira historia. 

XXXXXX

Ela acordou em um ambiente escuro. Os olhos tentavam se acostumar a parca luminosidade para entender o que acontecera, onde estava e porque. A ultima coisa que se lembrava era ter ido ao mercado. Sim, ela ia cozinhar para Castle. Fez as compras, mandou uma mensagem para ele avisando que ia para casa. Seu telefone! Ao tentar vasculhar sua roupa, Beckett percebeu que não estava usando nada além de calcinha, sutiã e uma camiseta. Suas pernas estavam cobertas com uma manta. Uma das pernas presa com uma corrente a uma coluna de metal. Ela se sentia um pouco zonza. As lembranças começavam a clarear em sua mente, sentiu o clorofórmio. Não tinha absolutamente nada. Seu celular, sua identidade, sua arma, distintivo. Tudo se fora. Por um momento, ela se recriminou por ter criado o habito de tirar sua arma e deixa-la na bolsa sempre que saia do distrito. Desde que se tornara capitã, ela se livrara de sua arma extra que carregava no tornozelo quando era detetive. Como se fosse adiantar, ela estava a mercê de seu algos. Em um gesto de puro nervosismo, Beckett tentou ajeitar o cabelo como sempre fazia. A mão esquerda estava presa com um par de algemas a outra coluna igual de metal. Fechou os olhos e suspirou. 
Por mais difícil que fosse, era hora de admitir o que estava acontecendo. Fora sequestrada. Por quem? Por que? Castle. Ele devia estar preocupado. Quanto tempo apagara? Que lugar era esse? Pelo pouco que podia entender, parecia um porão. Estaria em Nova York? Deus! Ela precisava de respostas.
Infelizmente, para o azar de Beckett, as respostas que receberia nas próximas horas não seriam nada prazeirosas. 

XXXXXX

— Você tem certeza de tudo o que me contou, Castle? 
— Absoluta. Foi por esse motivo que aconselhei Beckett a entrar em contato com Jordan, explicar tudo sobre seu passado com Logan. Agora nosso maior pesadelo está acontecendo. Ela me ligou há pouco. Logan foi liberado da Sing Sing. Ele está em condicional, Ryan. Em algum lugar de Nova York. E-ele pode ter sequestrado-a… Jordan, ela está tentando descobrir como eles o liberaram. Quando ela me contou… foi a única coisa que eu lembrei. 
— Por que esconderam isso de nós? Iremos precisar entender e mapear cada detalhe para encontra-la. 
— Nós realmente não queríamos encarar a possibilidade de ser um crime de vingança. Eu assumo que ambos erramos, mas agora isso não importa. A vida de Beckett está em jogo. Minha esposa está em perigo. Temos que acha-la, Ryan - a voz de Castle era pura aflição. 
— Eu acabei de receber uma mensagem. A patrulha achou o carro. Pode me dar alguns minutos para falar com eles? Eu ligo para você em seguida. 
— Vou esperar - Castle tombou no sofá. Esfregou os olhos, o rosto estava vermelho. As mãos tremiam. Eles não mereciam isso. Não outro serial killer em suas vidas, ameaçando sua tranqüilidade. Eles estavam tao bem! O celular tocou fazendo pular no sofá assustado - Fale, Ryan. 
— O carro não apresentava sinais de arrombamento. Recolhemos digitais no interior para testar. Castle, as compras que ela fez estavam espalhadas no chão. Tudo indica que ela foi abduzida contra a sua vontade. 
— A bolsa, celular… há cameras, Ryan? 
— Tudo no carro. Não há cameras próximo ao local. Apenas no outro quarteirão. Estamos pedindo as fitas e torcendo para conseguir algo concreto. 
— E-eu vou falar com Jordan. Podemos usar o FBI. 
— Não é um crime federal, Castle. 
— Ela é capitã do 12th distrito da NYPD! Ela é a melhor! Se está desaparecida quero os melhores procurando por ela! - ele gritava com o amigo. 
— Castle, acalme-se! Eu entendo o que está acontecendo, mas se quer ajudar a Beckett terá que se manter são e calmo ou não poderei dividir as informações da investigação com você. 
— E-eu sinto muito… e-eu… estou com medo, Ryan. Ajude-me a encontra-la. Eu não posso perde-la… por favor, eu preciso de Jordan e….
— Tudo bem, Castle. Ligue para ela. Se Jordan sabia do receio de vocês sobre a vingança, ela pode nos ajudar. Vou falar com o Espo. Nós vamos para o 12th. Vou alertar Gates sobre o sumiço. 
— Eu quero ir também. 
— Não. Fique em casa por enquanto. Eu o mantenho informado. Alguém pode tentar entrar em contato com você. Irei pedir para verificar o celular e liberarei um APB com a foto de Beckett, qualquer pessoa que tenha visto algo pode nos ajudar. E Castle? Força, cara. Nós iremos acha-la. 
— Obrigado, Ryan e desculpa mais uma vez… 
— Eu entendo. 
Castle ficou olhando para o nada por alguns minutos. A mente do escritor não conseguia pensar claramente. Estava pensando na esposa. Sabia que ela fora levada e temia por sua segurança, por sua vida. Voltou a olhar para a tela do celular. Jordan. Castle acionou o nome dela. Bastou um toque para a diretora assistente atender a ligação. 
— Castle, por favor diga que você tem boas noticias. Diga que Beckett retornou ao loft. 
— E-eles acharam o carro dela, Jordan. Kate, e-ela foi levada, abduzida. As compras para o jantar… no chão. Eu preciso da sua ajuda, preciso do FBI. Por favor… 
— Claro. Pode me passar o número do celular de Ryan? Eu ligarei para informar como contatar o FBI em Nova York. E Castle? Eu estarei aí pela manhã, pegarei o próximo voo da meia noite. Nós vamos encontra-la. 
— Obrigado, Jordan. 
— Eu te vejo em breve - Jordan desligou. O que ela descobrira precisava ser contado pessoalmente. Ela tinha quase certeza de que Beckett fora sequestrada por Logan. Instinto de agente e Jordan Shaw raramente errava, infelizmente nesse caso a investigadora gostaria muito de estar. Criando coragem, ela discou o número do detetive. Ia ser uma longa noite. 
Como era esperado, Castle não dormiu aquela noite. Toda a sua concentração foi destinada a entender como o sequestro de Beckett acontecera e o que fazer para encontra-la. Não tendo motivos para ficar em casa sofrendo e sem noticias, ele decidiu ir para o distrito. Quando estava prestes a sair, Jordan surgiu em sua porta. 
— Eu vim o mais rapido que pude. 
— Obrigado. Estou de saída para o 12th, não consigo ficar aqui. Preciso investigar, analisar. 
— Sei como deve estar se sentindo. Vamos acha-la, Castle - juntos seguiram para a delegacia. 
Às seis da manhã, com um copo grande de café nas mãos, Castle chegou acompanhado de Jordan Shaw à delegacia. Um quadro branco começava a ser montado por Ryan. Ver a foto de sua esposa como o centro de uma investigação era doloroso, especialmente por conhecer os detalhes por trás de seu desaparecimento. Reparou que Ryan havia colocado do lado direito da foto uma imagem do local onde o carro dela fora encontrado. Do lado esquerdo, havia uma foto de Logan, outra de Mike e uma interrogação levando ao caso de Jane. 
— Olá, diretora-assistente Shaw. Eu contatei o laboratório que me indicou, até agora não obtive nenhuma resposta deles. Positiva ou negativa. Também pedi para quebrar o sigilo do telefone da capitã, segundo Gates, você precisa autorizar como marido. 
— Claro! Preciso assinar alguma coisa? - Ryan estendeu o papel ao amigo que assinou. 
— Ótimo. Vou escanear e encaminhar agora mesmo para a companhia telefônica - nem bem se afastou, Castle viu Gates surgir vindo da sala de sua esposa. A capitã o fitou longamente antes de falar. 
— Mr. Castle, eu não sei dizer nem imaginar o que está se passando em sua cabeça. Beckett é uma pessoa muito admirada e especial. Como já ocorreu outras vezes e baseado no experiência e no conhecimento que eu sei que você tem, eu quero lhe pedir que foque nessa investigação. Se tem uma pessoa capaz de desvendar o que ocorreu e entender o que está por trás disso, esse alguém é você. Beckett precisa de suas teorias e de sua positividade - virando-se para encarar Jordan, ela voltou a se expressar - Diretora-assistente Jordan Shaw, eu presumo. É um prazer conhece-la embora as circunstâncias não sejam as melhores. 
— Eu concordo. Capitã Gates, eu tenho uma informação importante para dividir com as pessoas a frente da investigação. Diria sigilosa também. Imagino que a senhora já esteja a par das suspeitas de Beckett desse caso. 
— Sim, o detetive Ryan me contou. Vingança, não? 
— Infelizmente. Eu comentei com Castle que ia averiguar como Logan recebera sua liberdade condicional porque definitivamente não era algo que se esperava pelo tipo de crime cometido. A resposta não irá agrada-los, especialmente a Castle. Será que podemos conversar em um lugar mais reservado? 
— Com certeza. Eu apenas preciso reunir Ryan e Esposito. Podemos nos dirigir a sala de Beckett que você está convidada a usar pelo tempo que precisar enquanto estiver aqui. Eu me juntarei a vocês em poucos minutos - Castle e Jordan seguiram para a sala da capita. Ao se deparar com a foto deles abraçados e sorridentes sobre a mesa, Castle engoliu em seco, tentando controlar o choro. Assim que os demais encontravam-se na sala, Jordan tomou a palavra para si. 
— Eu investiguei o motivo pelo qual Logan foi liberado sob condicional. Além do suposto bom comportamento, ele contou com a ajuda de um bom advogado e de um juiz que assinou a sua saída. As pessoas que cuidaram do processo dele são conhecidos de um outro inimigo de Beckett. O ex-senador Bracken - a cara de espanto de Castle demonstrava o quanto a noticia era ruim - sim, ele estava na mesma ala da prisão que Logan. Obviamente que isso não é uma coincidência. Ambos devem ter conversado. 
— Filho da… - Castle mordeu a própria mão para não completar o xingamento. 
— Não há nada que possamos fazer em relação a isso. Agora precisamos concentrar nossos esforços em achar Beckett - disse Gates - DA Shaw, sei que é boa profile. Tem algo que consiga elencar como importante para encontrar a capitã? Algo que o tal Logan faria com ela ou um possível local? 
— Preciso rever tudo o que temos. 
— O apartamento. Ele tem um local aqui em Nova York onde o seu suposto cúmplice ficava. Ryan, você já checou? E tem o emprego na McDonald’s. Acredito que ele não fez isso sem a ajuda de Mike. 
— É verdade, aliás o local foi listado como endereço válido no processo da condicional dele - disse Jordan. 
— Então, os dois podem estar morando juntos - concluiu Castle. 
— Vou checar isso agora - disse Ryan. Jordan e Castle voltaram para o salão. Ambos estavam de frente para o quadro branco pensando. Ele tentava se concentrar em qualquer peça de evidencia que pudesse contar alguma coisa. Era difícil pensar em provas sem imaginar o que estava acontecendo com sua esposa. Não, ele precisava se concentrar, investigar, por ela. 
— Além do apartamento, o que mais podemos deduzir? É óbvio que ele não usaria sua própria casa para mante-la prisioneira. Então eles devem ter planejado. Eu diria longe da grande Manhattan. New Jersey? Uma propriedade longe, no meio da estrada? 
— Talvez. Eu concordo com você que não será no apartamento. Porém, Logan é um sujeito inteligente e orgulhoso. Ele não ia querer se esconder muito longe. De certa forma, em algum momento ele irá expor ao mundo o que fez. Sua obra-prima como ele mesmo domina seus crimes - as palavras de Jordan atingiram Castle profundamente. Até aquele momento, ele estava focado no desaparecimento da esposa, não em sua possível… não conseguia dizer as palavras. Jordan notou a mudança no semblante dele. 
— Desculpe, e-eu estava analisando e esqueci. Castle, nós vamos acha-la. Beckett é inteligente, ela não vai se comportar como uma vitima comum. Ela irá lutar. 
— Você acha que ele pode, você sabe… 
— Infelizmente, sim. Contudo, temos que lembrar que acima de tudo tratasse de vingança. Logan pode chegar ao fim com o seu plano. Antes, ele irá apreciar o fato de ter Beckett sobre o seu controle. Na verdade, ele irá se mostrar para ela, vai querer dizer, provar que é melhor que Beckett. Eu sinto dizer isso, Castle, mas se quer saber o que pode acontecer eu tenho que concluir minha analise e meu perfil. E segundo tudo o que li e vi Logan fazer, e-eu acredito que ele irá tortura-la, tentar humilha-la antes de terminar o que pretende. 
— V-você acha que o pesadelo de Kate po-pode se tornar verdade? 
— Eu receio que sim - então ela viu a mudança nos olhos dele. Via fúria? 
— Então temos que impedi-lo. Precisamos encontrar Beckett - como um viciado que luta contra mais um dose de sua droga preferida, Castle virou-se para o quadro a sua frente. Os olhos azuis vagavam intensamente em todas as direções a procura de algo para se manter são. Para encontra-la - a ligação. Precisamos encontrar a linha do tempo em que tudo aconteceu - ele pegou o celular no bolso - a mensagem de Beckett foi enviada às 4:47. Ela não deve ter demorado mais para sair do mercado. Ryan! - ele buscou o detetive no salão - Ryan! - Jordan observava o jeito que ele encarava esse novo momento. Estava se agarrando em um fio de esperança que ela pedia que continuasse existindo para que ele mantivesse a sanidade - onde ele se meteu? 
— Ele está checando o seu pedido. Do apartamento - Jordan lembrou-o. Felizmente, Ryan já se encaminhava até onde eles estavam. 
— Sobre o apartamento. Aparentemente Mike continua lá sozinho, apesar de não ter ninguém em casa agora. Eu também chequei a loja do McDonalds que ele trabalha. De acordo com o gerente ontem e hoje foram seus dias de folga. Deve retornar ao trabalho amanhã. 
— Eu diria que assim que o nosso suspeito aparecer, deveremos traze-lo outra vez para interrogatório - disse Gates - afinal, se Logan reportou o mesmo endereço para o seu agente da condicional e não estiver morando lá, ele está violando regras especificas de sua condicional. 
— O que não me admiraria em um sujeito como Logan. Ele é convencido, está se sentindo poderoso. Sua vingança é mais importante que seguir regras de condicional. Concordo com a capitã, devemos interrogar Mike outra vez. 
— Ryan, temos que trabalhar a linha do tempo - disse Castle - Beckett enviou a mensagem para o meu celular às 4:47 pm. Isso significa que não demorou tanto para sair do mercado, talvez até já estivesse do lado de fora. Precisamos averiguar todas as cameras de segurança disponíveis naquela area de 4:30 até 5:30 pm. Estamos procurando por um veiculo grande. Uma SUV. 
— Castle, eu disse a você que não temos camera na rua do mercado. A mais próxima é a de uma esquina e não nos fornecerá uma boa visão de onde o carro de Beckett estava estacionado. 
— Não estou procurando pelo carro dela, Ryan. Quero veículos suspeitos. Não preciso de um rosto, eu sei quem fez isso. Se identificarmos veículos suspeitos podemos usar outras cameras da cidade para descobrir para onde foram, que região e assim encontraremos para onde a levaram. 
— Isso é procurar agulha no palheiro! 
— Eu não me importo! - ele gritou alterado - Eu tenho que achar Beckett! - Jordan tocou seu braço tentando de alguma forma acalma-lo. 
— Ele tem razão, Ryan. Não é somente de um serial killer que estamos falando, é de um inimigo que quer vingança e esperou doze anos por isso. Pode usar o FBI para facilitar a busca na cidade assim que tiver uma descrição do veiculo. 
— Vou ver o que posso fazer - Ryan se afastou e Castle se deixou cair na sua cadeira cativa. A mente elaborava sozinha vários cenários querendo prever o resultado final. No pior deles, ele via a esposa morta tal como Beckett descrevera. Esfregou os olhos. Era possível perceber a preocupação e o cansaço em seu semblante. Jordan deixou-o sozinho por uns instantes retornando com duas canecas de café fumegante. 
— Nós iremos acha-la, Castle - por mais que quisesse deixa-lo calmo, Jordan sabia que a situação não era simples. O tempo estava passando e ela, como profiler, já chegara a uma possível conclusão de como Logan agiria com Kate. Ele não tinha pressa. Conforme revelara para o escritor, ele aproveitará bem o tempo. Usara de tortura física e psicológica. A exemplo do que ele fazia com suas outras vitimas, o abuso era um dos instrumentos que ele poderia usar. Logan prolongaria ao máximo sua experiência porque na sua visão ela estava submissa, na posição que lhe cabia, que lhe pertencia. Seria a confirmação de seu poder sobre sua inimiga. Somente quando considerasse estar realmente satisfeito, ele daria o proximo passo. Ele a mataria. Em silêncio, ela buscava uma forma de contar ao escritor o resultado de sua análise.
Em algum lugar de Nova York… 
Os olhos conseguiram se acostumar um pouco com a escuridão. Ela sentia-se fraca, quase anestesiada. Por que ninguém aparecia? Quanto tempo ela teria que esperar para ter alguma resposta? Pensou em gritar, pedir socorro, mas como policial sabia muito bem que quem quer que estivesse por trás disso, se certificara de que não seriam ouvidos por uns bons quilômetros. Havia outra razão para Beckett ter desistido de gritar, definitivamente a faria soar desesperada e a ultima coisa que ela queria nesse instante era demonstrar fraqueza. Não, primeiro ela queria saber quem era seu inimigo. Com quem ela estava lutando. 
Ela reparou no foco de uma lanterna no corredor. Estava refletindo por baixo da porta. Alguém estava a caminho. Um misto de ansiedade e medo a dominou. Beckett sentiu todos os pelos do braços eriçarem. O encontro agora era iminente. O som da chave na fechadura indicava que o momento chegara. Quando a porta se abriu, Kate encarou o homem a sua frente com um semblante sério. Era quase como um deja vu. Uma lembrança esquecida em seu subconsciente há doze anos. 
— Deveria dizer que estou feliz em vê-la? Nah, certamente seria uma mentira. Eu me sinto realizado e poderoso por tê-la como prisioneira depois de uma longa espera, detetive Beckett. 
— É capitã Beckett agora, Logan. 
— E você realmente acha que eu me importo com seu titulo? Você não é nada para mim. Apenas uma mulherzinha teimosa e intrometida que cruzou o meu caminho achando-se superior e atrapalhando um artista de realizar sua obra. É por isso que estamos aqui. Para que eu possa me vingar por ter destruído minha arte. Esperei doze longos anos por isso. Sabe o que aprendi? Que a espera é válida e a pressa apenas nos faz cometer erros. Nós iremos passar um longo tempo juntos. Você irá relembrar todas as mulheres que usei para criar minhas telas, sentirá tudo o que elas sentiram. Devagar e sempre. Até que eu esteja satisfeito  e não reste nenhum outro ato a você exceto a submissão total a mim. Então, eu concluirei minha maior obra, meu legado. O mundo se curvará aos meus pés. 
— Nunca vai acontecer. Eu não irei me tornar seu brinquedo, seu objeto. Eu lutarei. 
— Ah, Beckett, querida… você não está em posição de negociar ou lutar. 
— Não estou sozinha. Toda a NYPD estará procurando por mim. Eles irão pega-lo, Logan. 
— Aqueles incompetentes? Há! Boa sorte com isso! Quero que você tenha apenas um pequeno detalhe em mente: eu planejei essa ação por longos anos. Não será destruída tão facilmente. É a operação perfeita. 
— Nada é perfeito, Logan. Castle vai me encontrar. 
— O escritor de mistérios? Seu maridinho? Ele não passa de uma marionete nas suas mãos, um bobo da corte. Não tem a menor chance. 
— Meça suas palavras ao falar do meu marido! 
— Cala a boca! Você não está em posição de comando aqui - Beckett viu a fúria nos olhos dele. 
— O que você quer, Logan? Quer me marcar e me transformar em uma de suas vitimas? Vá em frente! O que está esperando? - Beckett não sabia se essa era a forma certa de ataca-lo, mas lembrou-se do que Jordan falou quanto ao desrespeito de mulheres. Como odiava ser mandado por uma mulher - termine o serviço. Mostre seu poder. 
— Tudo a seu tempo, Beckett. Como disse, não tenho pressa. Você já deve ter ouvido a frase “vingança é um prato que se come frio”, pois bem, a minha quero comer quase congelada - com um olhar intenso e vil, ele fechou a porta atras de si deixando Beckett sozinha outra vez.  

XXXXXXXXX

O trabalho no 12th distrito continuava a mil embora sem muitos frutos. Castle não arredava o pé do quadro de evidencias e Jordan tentava coordenar a ajuda do FBI para a análise das cameras. A verdade era que não teriam uma resposta de nada hoje. Mesmo que virassem a madrugada avaliando as filmagens, Ryan tinha razão. Era procurar agulha no palheiro. A diretora assistente se encaminhou até a sala da capitã que estava ocupada por Gates naquele momento. Assim que a viu, a primeira pergunta dela foi a mais óbvia. 
— Descobrimos algo? 
— Não ainda. Preciso falar com você à sos. É sobre o perfil de Logan. 
— Não deveríamos chamar Castle também? 
— Prefiro falar somente com você primeiro. Tenho certeza que irá entender meus motivos. 
— Tudo bem, sente-se - Jordan fechou a porta e estando frente a frente com Gates, ela narrou o resultado de seu perfil e o que esperava ser o próximo passo e o objetivo final de Logan com Beckett. Gates ouviu tudo atentamente. Ao notar que Jordan acabara, ela deixou escapar um suspiro - quem sou eu para discordar de você e acredito que tudo o que me contou é verdade, infelizmente possível. Compreendo seu receio para dizer isso a Castle, porém eu garanto a você que uma mentira ou omissão seria bem pior. 
— Nisso ambas concordamos. Não tenho intenção alguma de esconder a verdade de Castle, eu apenas preciso descobrir uma maneira de relata-la que não o deixe arrasado ou pior obcecado. 
— Sugiro fazer em um território familiar, que seja importante para os dois. Talvez você devesse leva-lo para casa e somente lá expor todo o seu trabalho. 
— Ele não vai para casa comigo. Do jeito que é teimoso? Castle vai dormir nessa delegacia! 
— Por favor, DA Shaw. Basta contar uma mentira branca. Induzi-lo a acompanha-la e quando isso acontecer siga para o loft. 
— Acho que não tem outra forma. 
— Não vejo outra. 
— Tudo bem, obrigada por ouvir. Nós vamos encontra-la - Jordan respirou fundo e saiu da sala. No instante que se aproximou de Castle, o celular dele tocou. Ryan. 
— Pode falar, Ryan - ele acionou o vivavoz para que Jordan ouvisse. 
— Castle, eu estou aqui com a equipe de peritos do FBI. Estamos rodando todas as imagens da area de abrangência do mercado. Apesar da tecnologia do bureau, não sabemos ao certo o que estamos procurando então vai demorar mais do que imaginamos. Até o momento, identifiquei três potenciais veículos suspeitos no intervalo de tempo que me sugeriu. Estamos tentando melhorar as imagens ou conseguir outras de ruas paralelas para conseguir alguma referência das placas. Vamos levar a noite toda por isso te liguei. Não tem porque você ficar no distrito. Devia ir para casa, descansar. Qualquer novidade eu telefono, prometo. 
— Obrigado pela preocupação, Ryan. Eu estou bem aqui. Estou procurando outras pistas. 
— Castle, de nada vai adiantar você estar exausto. Não nos ajuda. 
— Ryan, tem mais alguma coisa referente a investigação que queira dizer? 
— Não, basicamente disse tudo. 
— Ótimo, me ligue quando tiver noticias - Castle desligou o telefone. Por questão de segundos, Jordan viu seus olhos divagarem quase perdidos então ele tornou a fita-la - e quanto a você? Não, espere. Tenho uma pergunta para Gates - ele se levantou não dando chance para Jordan começar sua encenação. Bateu na porta e foi logo entrando. 
— Pois não, Mr. Castle? 
— Eu tenho uma pergunta. Por que não houve a liberação de nenhum boletim oficial para a mídia alertando sobre o sequestro de Beckett? Ryan disse que ia faze-lo. Ela é uma das melhores policiais da NYPD, está desaparecida ou melhor dizendo, foi abduzida. Por que não tornamos isso público? 
— Mr. Castle, eu acredito que o senhor já participou de muitas investigações policiais nesse distrito para saber a resposta a sua pergunta. Mesmo assim, irei responde-la. Eu proibi Ryan. Não liberamos a foto e a noticia com relação ao sequestro de Beckett porque não queremos comprometer o que sabemos sobre o culpado. Não posso expor a NYPD declarando que a nossa capitã foi abduzida e não sabemos de nada. 
— Não se trata da NYPD! É da Beckett que estamos falando! Dane-se a… - mas Gates o interrompeu antes, no mesmo instante que Jordan segurou seu braço tentando acalma-lo. 
— Voce não me deixou terminar. E não se trata da NYPD. O importante aqui é manter sigilo sobre Logan. Ele não pode desconfiar que sabemos da condicional dele e nem que estamos investigando o sumiço de Beckett. 
— Nada disso vai adiantar se entrevistarmos Mike amanhã como pretendemos - ele falou ironizando - grande disfarce. 
— Isso é amanhã. Precisamos de tempo para obter alguma coisa concreta. Eu vou falar com o comandante. Tentarei convence-lo a liberar a informação e jogarmos. Assumimos em rede nacional que somos incompetentes. É arriscado, mas irei tentar. O não eu já tenho. 
— O que está esperando? 
— A mesma coisa que você. A agulha no palheiro - Castle grunhiu frustrado - amanhã, Mr. Castle - Jordan aproveitou o momento para convence-lo a acompanha-la. 
— Castle? Eu quero checar algo, na cena. Quer me acompanhar? Acho que você me ajudaria. 
— Claro - ele pegou o casaco e acompanhou Jordan em direção ao elevador. A profiler não o enganara. Queria estar no local, observar detalhes. Depois, ela o levaria para o loft. Estacionou proximo ao local onde o carro de Beckett fora abandonado. Com todo o cuidado, eles examinavam o local. Era possível ver a mancha no chão de um dos produtos que Kate comprara, estava mais claro contudo revelava exatamente o local em que ela se encontrava quando foi surpreendida. 
— Ela não esperava. O ataque deve ter acontecido por trás - disse Castle. 
— E certamente não viu o rosto de quem a levou. Eu diria que a drogaram, seria a única explicação para que ela não conseguisse reagir, lutar. Sabemos como Beckett é, não seria fácil levava refém sem uma boa briga. Ninguém se importou a arma dela ou com o distintivo dentro do carro. Nada de digitais - Castle a olhou surpreso, Jordan continuou - sim, as únicas encontradas eram de Beckett. Foi muito bem planejado. Ele deveria estar seguindo-a a algum tempo. Conhecia sua rotina, esperou o melhor momento para dar o bote.
— Sim, em um território neutro. Beckett comentou há algumas semanas que se sentiu observada e depois pensando sobre o encontro com Mike, os pesadelos… e se ela realmente tivesse sendo seguida? Monitorada a cada passo? 
— É possível, Castle. Por hora isso não nos ajuda a chegar a lugar algum. Sei que Ryan já fez isso, mas eu quero conversar com o dono e os empregados do mercado. Vem comigo? - sem responder, ele a acompanhou. Jordan se identificou como do FBI e perguntou a moça que estava no caixa se ela estava trabalhando ontem por volta das 4:30 da tarde, ela confirmou. Jordan mostrou a foto de Beckett - podia descreve-la? Como estava psicologicamente? 
— Ela estava bem, sorria. Parecia feliz e relaxada. Pelo que comprou dava para ver que ia preparar um ótimo jantar, algo especial para o marido talvez. É, eu notei a aliança. Meu Deus! Queria pode ajudar, mas… 
— Havia alguém mais na loja? Você notou alguma pessoa ou tipo suspeito? 
— Não. Era apenas ela, uma senhora e um garoto que veio comprar algo para a mãe. Timmy, eu o conheço. Mora aqui perto e é um bom menino. Vive andando de skate pelas ruas. Eu sinto muito por ela. Espero que a encontrem. 
— Vocês não tem mesmo cameras aqui? 
— Não. Mas agora que mencionou, eu me recordo do nosso vizinho Keith dizendo que ia instalar cameras na entrada do prédio. Não sei se fez. 
— O prédio ao lado? 
— Sim, ele é o sindico. 
— Deveríamos conversar com ele - disse Castle. 
— Ele não está em casa. Trabalha à noite. Sai por volta das quatro e retorna somente de madrugada. Tentem amanhã. 
— Obrigada, você nos ajudou bastante - Jordan e Castle deixaram o mercado. Ela deu uma olhada no prédio ao lado e a principio não percebeu nenhuma camera, então olhou novamente - aquilo ali parece uma camera para você? Não é muito pequena? 
— Parece sim. Hoje em dia os sistemas de segurança tem instalado cameras cada vez menores para não ficarem tão visíveis aos invasores. 
— Avise Ryan para mandar alguém aqui amanhã para pegar essas filmagens. Com sorte teremos uma boa imagem do sequestrador. 
— Uma boa imagem de Mike ou Logan - completou Castle. 
— Vamos, Castle. Vou deixa-lo em casa. 
— Não quero ir para casa. 
— Não se trata de querer, é uma ordem vinda da pessoa encarregada da investigação. Quero conversar com você sobre outra coisa - ainda chateado, ele entrou no carro. Sua esposa estava em algum lugar dessa cidade. Sofrendo? Na mãos de assassinos…ela podia…não! Seu coração lhe dizia que ela estava viva, lutando. Não podia ser o fim, não agora. 
Chegaram ao loft em silencio. Jordan sabia que ele estava pensando na esposa, no que poderia estar acontecendo com ela. A mente do escritor deveria estar imaginando todos os cenários possíveis, dos ruins aos piores. Ela sentou-se no sofá. Castle desapareceu rumo ao escritório voltando com um notebook, sentou-se ao seu lado. 
— O que está procurando? 
— Beckett estava analisando os dados do caso de Logan e Mike algum tempo atrás. Eu não sei ao certo o que ela descobriu de novo, se é que isso aconteceu. Eu só estava pensando em olhar e quem sabe há pistas e… - Jordan fechou o notebook e tirou-o das mãos de Castle. 
— Você pode fazer isso depois. Agora eu preciso conversar com você - ela apertou a mão dele de leve - eu passei parte da tarde analisando Logan. Conclui meu perfil baseado em todo o seu histórico e nos últimos acontecimentos. Eu quero dividir minhas descobertas e suspeitas com você. 
— Certo, eu receio que não sejam boas. 
— Castle, eu relutei bastante sobre como contaria a você. Ambos sabemos que o propósito de Logan com Beckett é a vingança, portanto não podemos nos enganar. Logan esperou 12 anos por essa oportunidade. Planejou meticulosamente seus passos. Mandou um recado a ela através de seu aprendiz. Nesse novo jogo que ele criou, Logan não admite perder. Ao contrario das outras vezes, seu objetivo não é apenas mostrar uma nova obra de arte ao mundo, dessa vez, ele quer faze-la pagar por ter interrompido seu ciclo. Não a matará em 24 horas. Não justificaria os doze anos de espera. Ele não tem pressa. 
— Quando você se refere a pressa, está pensando dias? Semanas? O que ele faria com ela todo esse tempo? 
— Sim, estou pensando semanas. O que nos dá maior chance de acha-la com vida. Não se engane. O objetivo final é mata-la e expor sua “obra” ao mundo especialmente por ser Beckett. Contudo, ele irá provar a ela que é melhor. Não descarto a possibilidade de fazer com ela o que fez com as demais vitimas. Será em um ritmo mais lento, devagar. Quase uma tortura. 
— Não, ela não vai deixar… vai lutar, eu sei. 
— Ela pode lutar, é verdade. Mas dependendo das circunstâncias, pode sequer ter chance disso. A vida de Beckett ser prolongada depende exclusivamente dela enquanto estiver em cativeiro. Se irritar Logan, pode colocar-se em risco. Quanto a nós, teremos que vasculhar Nova York para encontra-la antes que seja tarde demais. 
Castle estava calado fitando o chão. Ela sabia o quanto deveria ser difícil para ele ouvir o que sua esposa poderia vivenciar nesses próximos dias. Mesmo uma mulher forte e determinada como Kate Beckett poderia sucumbir ao terror psicológico de um serial killer. Isso a preocupava mais que tudo. Ao vê-lo erguer a cabeça para fita-la, Jordan reparou no semblante arrasado. 
— Vo-você acha que ele vai feri-la igual as outras, vai fazer tudo com ela? 
— Não posso afirmar, mas diria que a possibilidade é grande - Castle engoliu em seco. 
— Meu Deus…- ela tomou sua mão outra vez apertando-a. 
— Sinto muito por ser eu quem lhe contou isso, mas não podia esconder a verdade de você. Não seria justo. Nós vamos acha-la e quando isso acontecer, ela precisará muito de você, precisa estar pronto para ajuda-la - ela se levantou do sofá - descanse um pouco. Vai precisar de toda a sua força amanhã para enfrentar Mike e procurar respostas. Castle, olhe para mim - ele obedeceu - nós vamos pega-los. Por favor, durma um pouco - Jordan se afastou e foi tomada pela dúvida - quer que eu fique aqui te fazendo companhia? 
— Não precisa. Eu vou ficar bem. Prometo que durmo - ela suspirou. 
— Vejo você amanhã no distrito. Será um longo dia. Muitas pistas para checar - ele deu um pequeno sorriso para a investigadora. 
— Obrigado por ser honesta comigo. 
— Estou apenas sendo justa. Boa noite, Castle - ele esperou Jordan sair. Pegou o notebook e foi para o quarto. 
Durante as duas horas seguintes, ele vasculhou as anotações e arquivos de Beckett sobre Logan sem sucesso. Não encontrara nada que pudesse lhe ser util nessa busca. Deixando o notebook de lado, ele fechou os olhos pensando nela. Como estava? Acordada, sedada? Logan tinha de fato iniciado sua tortura? Ele recordou-se o quanto sua esposa estava bem psicologicamente, o quanto crescera e enfrentara seus medos com Dana e agora… seria exposta a outra tortura. O quanto isso a afetaria? Não sabia dizer, mas temia por Kate. Pelo que essa experiência poderia acarretar ao seu psicológico. Cansado, adormeceu. 
Não foi um sono tranquilo, Castle sonhou com Beckett sendo cortada, marcada. Ela gritava e chorava. A exemplo do sonho que ela lhe contara, Castle a encontrava morta com a palavra vendetta escrita em seu estômago com seu próprio sangue. Acordou sobressaltado. Ofegava bastante e o suor escorria pela testa e o peito. 
Odiava sonhar com a morte dela. Ter aquelas imagens em sua mente. Respirou fundo, levantou-se indo até o banheiro lavar o rosto. De volta a cama, ele demorou a dormir. Por baixo do travesseiro, estava uma camiseta que Kate usava para dormir. Levando a peça de roupa até o nariz, ele pode inalar o cheiro dela. Acabou adormecendo com a roupa nas mãos próxima ao rosto. 

XXXXXXXX

Já se passara várias horas. Beckett acabara cochilando por um tempo. Era devido a isso que ela imaginava ser outro dia. Cedo pela manhã, talvez? Havia uma pequena janela em um dos cantos do cômodo que se encontrava. Por observação, ela concluiu ser um porão. Ao olhar para sua aliança na mão esquerda, seus pensamentos se voltaram para Castle. 
Ele devia estar desesperado. Conhecendo o marido, estava colocando todos no 12th distrito loucos para encontra-la. Se tinha uma coisa que Beckett odiava era ver Castle sofrer. Ela lembrava-se do quanto o magoara no período que estavam separados, pode observar a fúria dele quando alguém mexia com quem ele amava. Temia pelo marido. Teria que evitar um sofrimento maior para Castle. Ela nunca se deixara enganar pelo desejo de Logan. Ele queria vingança. Em algum momento planejava mata-la. Beckett estava disposta a lutar com todas as suas forças na medida do possível, mas a capitã não menosprezava seu inimigo. Entendia do que ele era capaz e por esse motivo reconhecia que não seria fácil. Tinha que arranjar uma forma de escapar. Seu futuro e o de Castle dependia disso. 
Ouviu barulho de passos no corredor, alguém se aproximava. Devia ser Logan. A porta se abriu e Kate se viu encarando não apenas Logan, mas seu aprendiz também. 
— Acredito que você conhece Mike. Ele veio lhe trazer o café da manhã. Sugiro que coma. Temos muito trabalho e diversão pela frente. Volto em duas horas para começarmos. Diga adeus a Mike, não irá vê-lo por algum tempo afinal seu pessoal provavelmente irá contata-lo hoje para ir até o 12th e como sei que são bastante previsíveis, certamente irão colocar alguns oficiais para vigia-lo. Não queremos dar bandeira. Mike agirá como o bom cidadão americano que apenas busca seu lugar ao sol. Mas não fique desapontada, ele volta no fim de semana. Eu devo um momento de diversão por todo seu trabalho árduo dos últimos meses - Mike a olhava intensamente como se fosse come-la com os olhos.  
— Isso deveria me assustar, Logan? Você e sua marionete acéfala? Pois saiba que não está funcionando - Logan riu. 

— Sempre metida a durona. Querida, eu sequer comecei e quando o fizer você vai me implorar para parar. Volto em algumas horas. 


Continua....

6 comentários:

cleotavares disse...

OMG! A sofrência começou pra valer. Que pesadelo Castle está passando, sem saber o que esta acontecendo com a Beckett. E agora? como ela pode lutar?

Coitada da Beckett, pelo sofrimento. Mas, é gostoso de ler a riqueza de detalhes da história.

Parabéns! Kah!

rita disse...

Meu Deus o que ainda está por vir?? Muito bom mais louca para que o Castle e o pessoal da delegacia bolar um plano e salvar a Kate do miserável do Logan. Espero que ela não sofra muito nas mãos desse cara. Ansiosa pelo próximo capítulo.Abraços.

Unknown disse...

Nossa você gosta de nos tortura ne, mas cada fins sua e um bálsamo para todos nos.
Sei que nossa Kate esta em perigo e espero que Castle e a turma do 12 a encontre logo ,sendo assim amenizado o sofrimento dela do Castle e por tabela o da gente, assim espero que na próxima postagem esteja tudo resolvido.
Parabéns você sempre arrasa 💖💖💖💖💖💖💖💖💖

Gessica Nascimento disse...

Ai Karen, você sabe que adoro suas estórias, mas, não gosto desse sofrimento todo! 😢😢

rita disse...

Karen você não vai acabar com a fic "VENDETTA"">

rita disse...

Karen termine " VENDETTA por favor.