quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.33


Nota da Autora: Eu sei que algumas leitoras não gostam das historias secundarias, só posso dizer sorry! O capitulo é concentrado ainda no casal Grey's Anatomy. Tem uma pequena e interessante parte de Caskett também, mas não posso deixar de comentar qual o real foco. E ainda não acabou, afinal continuamos em Paris. Enjoy! 


Cap.33 


Finalmente Johanna saiu do transe e cumprimentou o rapaz. Paul fez o mesmo. 
— É um prazer conhece-lo, Charlie. Sente-se para comer conosco. 
— Eu estava ansioso por conhece-la, Dr. Marshall. Audrey fala muito de você. Só elogios. 
— Paul também é cirurgião, hoje você tem dois médicos para se esbaldar. Se prepare, mãe. Ele vai bombardea-los de perguntas. 
— Audrey me disse que quer fazer medicina. Já sabe que parte pretende seguir? 
— Cirurgia. Provavelmente pediátrica. 
— É uma boa escolha, está preparado para anos de estudos, noites em claro, trabalhar, plantões intensos. Não é fácil, mas quando se gosta do que faz cada sacrifício vale a pena. Você gosta de café? Ele é seu melhor amigo durante a faculdade e os anos de residência, aliás ele é seu companheiro por toda a vida. 
— Sim, eu adoro café. Pode me contar um pouco mais sobre sua experiência na faculdade? Tem algum conselho que possa dividir comigo e… 
— Ah, não! Sério que vocês vão falar de medicina? Assim vou ficar sobrando! 
— Filha, deixe de bobagem. Seu namorado está preocupado com o futuro, isso é bom. Não estamos deixando você de lado, por que não vai pegar mais uns croissants com amêndoas para nós? Dois. Você quer também, não Paul? 
— Quero, mas você vai comer dois ou já pediu para mim? Cuidado ou quem vai precisar correr é você. 
— Deixa de ser bobo, Paul! Claro que eu quero um, o outro é seu - Audrey se levantou e sussurrou no ouvido de Paul. 
— Acho que a mamãe gostou de ter um fã, até esqueceu de você. Vou já implicar com ela - a menina foi até o balcão e retornou com mais dois croissants - anestesia? Ai, senhor! Jura que vocês estão falando disso? Gostava mais quando o papo era sobre comida e videogame. Charlie sabia que Paul está entrando no mundo dos games? 
— Isso se sua mãe aprovar. 
— Eu já disse para você, não precisa da aprovação de dona Johanna. O dinheiro e o desejo são seus. Compre logo esse console! 
— Audrey, isso é jeito de falar? Eu não estou impedindo Paul de comprar nada. Só não quero ter um viciado em casa que esquece da vida. Isso faz parte de um relacionamento maduro, discutir pros e contras entre o casal. 
— O mais engraçado é que ela vivia dizendo que eu precisava estreitar minha amizade com Castle, achar coisas em comum e agora que escolhemos o videogame… 
— Sabe, Dr. Marshall eu li uns estudos recentes na área da psicologia e neurologia que afirmam ser o videogame um ótimo recurso para desenvolver o raciocínio lógico e aliviar o stress. Recentemente também li um artigo publicado por uma psicóloga da universidade de Oxford que afirma que o jogo é uma ótima ferramenta para crianças e adolescentes que não tem o ingles como primeira lingua para desenvolver entendimento e vocabulário. 
— Você também é um deles, Charlie? E por favor, é Johanna. 
— Não consigo, seria falta de respeito. Dona Johanna? E sim, sou um adepto e defensor da causa. 
— Oh, Deus! Eles estão em todos os lugares. Se for viciado isso pode prejudicar seus estudos. 
— Joh, que mania de achar que todo mundo que joga é viciado… de onde tirou essa ideia?  
— Você ouviu como Castle é da própria Kate.   
— Joh, você e eu sabemos que aquilo é mais um joguinho dos dois do que outra coisa. 
— Não se preocupe, não sou viciado. Espera, essa Kate é aquela que você ajudou a salvar no lance do hospital? Com o criminoso? Audrey me contou um pouco da historia. Se incomoda em me dizer os detalhes? 
— Claro que não! Mas para ser justa, Kate merece mais o crédito que eu. 
— Acho que a Joh tem um fã, Audrey…. 
— Sim, sinto que estamos sobrando nessa história - eles riram enquanto uma Johanna empolgada contava o episódio. Pierre se juntou mais tarde a eles contando as peripécias de Audrey e o quanto ela ficava em seu pé para que a ensinasse as receitas. Hoje é ela quem faz a maioria das tortas que vendem. Varias conversas depois, Charlie pediu licença para ir embora. 
— Hoje é meu dia de folga e preciso estudar. Pierre vai precisar de mim amanhã bem cedo para as entregas matinais. 
— Faz tempo que você trabalha aqui, Charlie? Quer dizer sei que você e Audrey se conheceram no trabalho, mas… 
— Sim, eu ajudo o Pierre desde os doze anos. Comecei entregando apenas pães de bicicleta. Hoje faço todas as entregas para os clientes dele com a van e ajudo no depósito, fazendo compras e organizando os materiais. Não é um super salário, mas me ajuda a economizar para a faculdade e levar minha namorada para tomar um sorvete, um cinema. 
— É bom, traz o senso de responsabilidade - ele se levantou e Johanna fez o mesmo. Abraçou o rapaz e beijou-lhe o rosto - boa sorte com a faculdade de medicina, Charlie. E cuide da minha filha. Algo me diz que você é uma pessoa que gosta de fazer isso. Me lembra alguém que tem essa mesma qualidade - sorriu e tornou a sentar-se ao lado de Paul dando um espaço para Audrey se despedir do namorado. 
— Você gostou dele. 
— Sim, ele me parece um bom rapaz - ela virou para fitar Paul, acariciou seu rosto. 
— Você disse que ele a lembra alguém. Posso saber quem? 
— Não é obvio, moreno? Olhe para ele. É uma versão jovem sua. Fisicamente e por que não afirma em personalidade também? Mãe e filha com gosto parecidos. 
— Bom gosto, devo acrescentar - ela deu um soco no ombro dele beijando-lhe os lábios. 
— Desde quando você ficou tão convencido? 
— Só falo a verdade - Audrey entrou na padaria no instante que a mãe estava aos beijos com o namorado. 
— Hey… vocês dois! Isso é um ambiente familiar - eles riram e Paul para variar ficou vermelho como pimentão - prontos para o nosso passeio? 
— Onde vamos? 
— Que tal começarmos com a torre Eiffel? - eles visitaram a atração turística, tiraram muitas fotos, riam e se divertiam. Fizeram Paul comprar uma replica da torre por ser sua primeira visita a Paris. Almoçaram perto da torre algo rápido. Em seguida, eles foram até a galeria Lafayette. Enquanto exploravam os corredores da loja de departamentos, Paul fez sinal para Audrey que entendeu a deixa. 
— Eu preciso ir para pegar os ingressos de hoje à noite para o Moulin Rouge. Por que você não aproveita para ficar um tempo sozinha com sua filha, Joh? Acho que precisam de um momento somente de mãe e filha. 
— Ah, moreno… você não precisa fazer isso. 
— Não é problema nenhum. Além do mais não quero que você desista do espetáculo no Moulin Rouge. 
— Meu Deus! Você parece um adolescente… - ela riu. 
— Engraçadinha - ele a beijou rapidamente nos lábios - por que não aproveita e conta a sua mais nova aventura. Em breve ela terá mais do que Charlie como fãs. Graças ao doido do Castle. 
— Do que ele está falando, mama? 
— Paul! 
— Espere, Audrey. Ela vai adorar contar para você - com essa pequena deixa, Paul tentou sair do radar das duas, contudo ainda pode ouvir a pergunta de Audrey. 
— Mama, por favor, você não foi se meter em assunto de policia outra vez? - ele riu. Era uma verdade e um pretexto. Tinha sim que pegar os ingressos para o show da noite, mas sua missão principal era outra. A viagem para Nice e um pequeno detalhe para sua Johanna. 
Duas horas depois, ele as encontrou para um pequeno lanche na place de la Republique. Ao ver o semblante relaxado do namorado, Johanna resolveu implicar. 
— Olha só, tire esse sorrisinho malicioso do rosto. Não quero toda essa felicidade quando eu estiver no Moulin Rouge. Juro que se você der qualquer chance a alguma mulher lá, vai ficar na seca. 
— Está vendo como ela me trata, Audrey? E eu querendo fazer surpresa. Sabe para onde iremos amanhã, Joh? Nice. Vou leva-la para visitar uma vinícola francesa. Sou o não sou o melhor namorado? E ainda me acusa de querer flertar com outras. 
— Nice? 
— Sim, pegamos o trem cedo pela manhã chegaremos por volta de meio-dia. Almoçamos na vinícola e passeamos, com direito a uma degustação de queijos e vinhos. 
— Programa perfeito! - disse Audrey - mandou bem, Paul - ela piscou. 
— Ah, mas eu deveria passar mais tempo com você. 
— Mãe, teremos mais um dia e vou leva-los ao aeroporto. Vamos comer e deixarei vocês irem curtir o show - ao terminarem de comer crepes deliciosos com café, eles retornaram ao hotel. Antes de se despedir da mãe, Audrey precisava saber - tenho uma única pergunta. 
— Manda. 
— Você está satisfeita, mãe? Acredita que eu posso morar em Paris, ser feliz aqui? Ou eu ainda preciso provar algo mais? 
— Audrey, oh meu bebê, eu estou mais do que satisfeita. Eu estou feliz em ver o quanto você cresceu. Está evoluindo. Todos gostam de você, a admiram. Isso só me deixa mais orgulhosa. Estaria mentindo se disse que não ficarei com o coração apertado de saudades, mas eu sei que você merece estar aqui. E tem pessoas boas ao seu lado. Marie, Phillipe, Charlie e Pierre. 
— Ainda bem que você não surtou com Charlie. Eu gosto muito dele. E mamãe, pare de ser tão ciumenta. Paul ama você - deu um beijo estalado na bochecha de Johanna - preciso ir. Amanha eu ligo para saber como foi em Nice e no Moulin Rouge. Nada de exageros, viu? Tchau, Paul. 
Eles subiram para o quarto para se arrumarem. Paul notou que Johanna estava bem mais relaxada desde que chegaram a Paris. Finalmente, eles podiam aproveitar o melhor da cidade sem preocupações. Philipe não exagerara, o espetáculo no Moulin Rouge foi incrível. Obvio que Paul apreciou bem mais que Johanna, mesmo assim não houve nenhum momento estranho ou crises de ciúmes diante de tantas dançarinas. No caminho do hotel, eles estavam abraçados. Johanna descansava sua cabeça no peito dele. 
— Se soubesse que era tão bom, já teria vindo a Paris há mais tempo. 
— Você realmente se empolgou com aquelas dançarinas, não? 
— Elas são ótimas, mas nenhuma mexe comigo como você faz, Joh. 
— Sábias palavras, moreno - eles trocaram um beijo. 
— Como você se sente, Joh? Com relação a Audrey, a Paris… - ele precisava de uma confirmação sobre seu estado de espirito. 
— Aliviada. Feliz. E você é parte disso. Não sei se seria tão fácil sem você ao meu lado. Trazendo a calmaria, o lado racional. Dando conselhos para a minha filha. Obrigada, moreno. 
— Não foi nenhum sacrifício, amor. Quem recusaria uma viagem a Paris com você? 
— Pois é, você estava dizendo que devia ter vindo mais cedo a Paris, não concordo. Você precisava vir comigo - ele gargalhou. 
— Quem é a convencida agora? - eles chegaram ao hotel. Mal entraram no quarto e foram se perdendo em beijos - sabe, aquelas dançarinas me deram algumas ideias… por acaso você não estaria a fim de calçar aqueles seus sapatos de salto fino e brincar comigo? Talvez eu precise de punição por alguns pensamentos pecaminosos que estão na minha mente agora… outras mulheres, sabe - ela apertou o membro dele sobre a calça fazendo-o gemer. 
— Eu não tolero esse tipo de pensamento. Posso ser bastante firme na minha punição. Tem certeza que quer arriscar? Não vale se arrepender e pedir misericórdia depois, moreno. 
— Ser punido por você? Sem arrependimentos… - ela o jogou na cama e entrou na brincadeira. 

Enquanto isso em Nova York… 

Castle terminara os dez capítulos do livro e os submetera a Gina. A editora que já havia colocado em sua lista de follow-up enviar um email lembrando ao escritor do seu prazo que acabava em três dias imaginou que ele estava pedindo uma postergação como sempre fazia. Ele era incorrigível. Ela somente tolerava o seu comportamento porque reconhecia que ele era um dos escritores mais lucrativos que a editora tinha. Ao abrir a mensagem, porém, ela se deparou com um link de uma dropbox. Nela estavam os dez capítulos prometidos e um recado dele avisando que as copias impressas seriam entregues nessa tarde assim que ele terminasse de imprimir e cuidar da filha para Kate. Ela estava mais que surpresa, quase desconfiada. E a sensação somente aumentou após ler apenas três capítulos enviados. Ele estava inspirado e pela primeira vez não conseguia encontrar algo para questiona-lo. Continuou lendo. Definitivamente toda a situação acionou uma luz de alerta em relação ao ex-marido. Desconfiada, ela ligou para Castle naquela tarde logo após receber as cópias impressas. Pediu uma reunião para o dia seguinte. 
— Tem certeza, Gina? Você terá tempo de ler todo o material? Acabou de recebe-los. 
— Não se preocupe com isso, apenas esteja aqui às dez amanhã sem falta. 
— Combinado - assim que desligou, Beckett notou a cara de interrogação do marido. 
— O que foi? 
— Era Gina. Quer uma reunião para amanhã. 
— E isso é ruim? 
— Não sei ao certo, eu mal enviei o material para ela. Como terá tempo de ler e criticar até amanhã? Será que ela vai querer boicotar o livro? 
— Não acredito que seja o caso. Vai ver ela já leu uma parte e se garante em ler o restante hoje à noite. Quando a historia é boa, ninguém larga o livro. 
— Nem todos são fãs #1 como você, amor. Especialmente Gina. Não, definitivamente tem algo ai. 
— Pare de se preocupar tanto. Agora que está mais folgado que tal sairmos para passear com a nossa pequena? Estou com vontade de tomar sorvete e conheço meu marido muito bem, ele nunca dispensa sorvete especialmente o de chocolate. 
— Aceito o convite, Beckett. Com uma condição. Eu carrego Lily, sem carrinho. 
— Acho ótimo, está mesmo na hora de mostrar algum serviço… - ela riu e o beijou. Vinte minutos depois, deixavam o loft para um passeio em familia. 
No dia seguinte, Castle chegou a editora no horário esperado pronto para ser bombardeado por Gina. Seja criticando tudo o que escrevera ou simplesmente fazendo o pior, desistindo do livro. Ele estava confiante que acharia uma forma de dobra-la.  
— Bom dia, Gina. 
— Sente-se, Rick. Quer um café? 
— Aceito - ele notou as copias de seus capítulos espalhadas na mesa dela - você conseguiu terminar de ler e avaliar os capítulos que mandei? Todos? - perguntou ao notar que não haviam rabiscos ou anotações nas folhas a sua frente. 
— Sim, eu li - disse entregando o café - um ótimo exercício de fim de noite, leitura de cabeceira. 
— E quais são as suas impressões? - ele esperou Gina se sentar em sua cadeira, tomava um pouco do café. Ela demorou a responder. Quando começou a falar, nem Castle parecia acreditar em suas palavras. 
— Certo, eu li todos os capítulos que me entregou e reli. A parte médica está bem feita, qualquer leigo como eu consegue acompanhar. Nikki continua brilhando em sua especialidade, o ritmo é interessante. 
— Então você gostou? Posso seguir escrevendo? 
— Eu gostei, na verdade é tão bom quanto seu ultimo. Intenso e rápido. Por isso chamei você aqui. Nos dez capítulos que me entregou, seis eram focados na nova personagem. Você fez questão de descreve-la física e psicologicamente com muitos detalhes. Fez dela a estrela. Tive a impressão de que quase apagou Nikki Heat do contexto não fosse pelo ultimo capitulo em que a capitã dá uma guinada na historia. 
— Eu precisava apresentar a médica para os leitores, eles precisam entender e comprar a ideia de que ela é a pessoa ideal para ajudar Nikki e Rook a solucionar esse caso - Gina ergueu-se da cadeira, com as mãos cruzadas sobre o peito e o semblante sério, ela apoiou o corpo na mesa ao lado de Castle e o encarou. Não faria rodeios. 
— Vamos cortar o papo de criatividade, convencimento de escritor e todas essas baboseiras que você usa como desculpa e falar sério. Qual é de fato sua relação com essa médica, a tal Johanna que inspirou sua personagem? Ela é sua nova musa? Por acaso está dormindo com ela? - a primeira reação de Castle foi arregalar os olhos, a segunda gargalhar - eu estou falando sério, Rick. Sei muito bem como essas suas pesquisas funcionam. Elas sempre acabam na cama. Foi assim com Kyra, Sophia, Kate… achei que ia parar nela, mas agora essa Johanna aparece do nada, você cria uma nova personagem de destaque e quer que eu não suspeite que está dormindo com ela? Como sua atual esposa se encaixa nisso? 
Mesmo com o interrogatório, Castle não conseguia parar de rir. Gina estava irritada. 
— Qual é, Rick! Vai ficar debochando da minha cara para não dizer a verdade? Não acha que percebi sua empolgação com a história? Cumpriu o prazo! Está encantado com a tal Dr. Marshall, lhe dando destaque. Deixe-me lembra-lo que a verdadeira heroína de seus livros é Nikki - ele tentava parar de rir a fim de responde-la sem muito sucesso - Ótimo, eu terei uma conversa particular com Kate sobre isso. Não acredito que ela não tenha percebido. 
— Gina, quer parar? - ele respirou fundo recuperando o fôlego - não há nada entre mim e Johanna. Ela é minha amiga, nossa. Apenas aproveitei sua paixão pelos mistérios e a medicina para criar uma historia com caráter verídico. O que claramente funcionou visto que você não tem qualquer reclamação quanto ao material. Kate sabe de todo o processo, não tenho nada a esconder. Acredite, minha musa sempre foi e sempre será Kate. Ela é a rainha da historia e do meu coração. Não se preocupe, Beckett me lembra todos os dias de quem ganhará a batalha no fim. Ela inclusive me fez prometer, ou melhor, me ameaçou caso eu criasse qualquer mínimo envolvimento ou flerte da médica com Rook. Eu deixei bem claro que eles são o casal da historia com essa cena do capitulo 12, não acha? 
— Droga, Rick! Você me assustou! 
— Porque você não acredita que possa ser capaz de cumprir prazos e escrever boas historias onde você não encontra o que criticar. Ou porque é incapaz de acreditar que não sou o mesmo de anos atrás? Porque pensa que eu posso ter recaídas a qualquer momento. Quer saber o segredo, Gina? Amor. Estou numa fase diferente de vida. Eu e Kate amadurecemos muito em nosso relacionamento. Somos uma familia, eu estou muito feliz com tudo o que está acontecendo e para ser sincero, essa nova trilogia veio em boa hora para reafirmar que sou bom no que faço. 
— Que declaração inusitada vindo de um ex-playboy, não? 
— Esses dias ficaram para trás há muitos anos e você sabe porque. Por ela, minha musa. 
— Certo, aproveitando que está tão inspirado, quando você acha que consegue me entregar mais capítulos? Preciso definir um cronograma para a trilogia. Pensei em publicar um volume por ano, porém me parece muito tempo para a espera dos fãs. Eu sei que Nora Roberts publica geralmente dois livros da serie mortal por ano. Consegue acompanhar o ritmo, Castle? 
— Sejamos sinceros, Gina. A média de intervalo entre os Nikki Heat sempre foi de dez meses a um ano. Com essa trilogia, acredito que posso ser mais rápido afinal as historias estão interligadas e se não escreve-las na sequência posso ter problemas na criação. Não concordo com o intervalo de seis meses para os livros. Precisamos deixar os leitores ansiosos, com vontade de comprar o próximo. Podemos inserir um capitulo do próximo livro no primeiro. É isso!
— Você não respondeu a pergunta principal. Quando consegue me entregar novos capítulos? 
— Pelas minhas contas, em três semanas você pode ter mais cinco e em dois meses a conclusão e revisão final. Terá um total de 32 capítulos. 
— Está me dizendo que em quatro meses você termina? 
— É o máximo que posso prometer, contudo os demais levarão mais tempo, são bem mais elaborados. Especialmente o segundo. 
— Em outras palavras, você apenas me enrolou com o primeiro. E eu achando que você tinha mudado… como ainda caio na sua lábia, Rick Castle? 
— Não estou enrolando. O segundo deve levar entre seis e oito meses, o dobro do outro. Será maior também, mas insisto que você mantenha o lançamento entre eles de um ano. 
— Vou montar um cronograma de publicação e discutirei na reunião de staff. Sinceramente eu o aconselho a tentar ser mais rápido. 
— Por que a pressa, Gina? Teremos que fazer turnês dos livros. Divulgação. Qual o propósito de apressar as coisas? Essa trilogia pode ser uma mina de ouro para sua editora, não? 
— Depende do ponto de vista. Quando falamos de negócios, um ano é muito tempo para retorno de um investimento. 
— Cifras e cifras. Você é a mulher dos números, tenho certeza que dará um jeito de acomodar tudo e agradar a todos. Detesto essa parte, por isso contratei você - ela riu. Castle se levantou, a cumprimentou com um beijo no rosto e dirigiu-se para a porta. Estava prestes a sair quando uma ideia lhe ocorreu - Gina, você estaria interessada em uma historia antes da publicação do segundo livro? 
— No que está pensando? 
— Uma espécie de prequel para a trilogia. 
— Pode funcionar. Quer elaborar mais? 
— É uma ideia. Eu estava escrevendo uma outra historia de Nikki antes de ter a chance de criar o thriller médico. Na verdade, ninguém sabia que eu estava escrevendo. É algo mais complicado, um caso difícil mas que poderia apresentar a Dr. Marshall para os leitores e sua ligação com Nikki. 
— Estou começando a me interessar… tem algum draft? Pode me enviar? 
— Tenho uns seis capítulos e um draft da storyline. Infelizmente não posso envia-lo ainda para você. Eu terei que conversar com Kate. A historia afeta a ela, a nós dois. É talvez a mais pessoal de todas as que escrevi. 
— Tudo bem, converse com ela e me informe o que decidiram. Talvez seja a melhor opção. 
— Já vou lhe avisando, Gina. Não conte com isso ainda. Se Kate disser não, eu não escreverei nada. Ela tem a ultima palavra. 
— Isso é entre vocês. Só quero o resultado. 
— Eu aviso quando souber. Antes de ir, você não vai dizer que sou seu escritor favorito? Vamos admita que está impressionada. 
— Sai daqui, Rick. 
— Tchau, Gina - ele disse rindo ao fechar a porta. 
Ao chegar em casa, encontrou a esposa dando um banho em Lily. 
— Hey, você demorou. Estava te esperando para almoçar. Como foi com Gina? Seus sentidos aranha estavam corretos? 
— Você não vai acreditar. Ela adorou os capítulos, não tinha nada para criticar. Acho que ela se apaixonou pela personagem da Dr. Marshall o que nos levou ao outro ponto de discussão que prova o quanto eu estava certo em relação a estranheza. Ela me acusou de estar substituindo você pela médica, disse que Nikki é a heroína e me questionou se eu estava dormindo com Johanna! - ela não seria a primeira, pensou Beckett lembrando-se das conclusões de Esposito - que absurdo! - vendo que a esposa não emitiu qualquer opinião, Castle olhou-a intrigado. Beckett estava enxugando a menina - você não vai dizer nada? Kate… você não concorda com a loucura de Gina, certo? 
Ela aconchegou a filha na toalha e entregou ao pai. Beijou-lhe rapidamente os lábios. Sorriu. 
— Não, claro que não. Mas pode culpa-la? Você tem um histórico de dormir com todas as inspirações de suas personagens femininas - ela alfinetou. 
— Exceto você. Eu escrevi quatro livros de Nikki Heat antes de nós realmente dormirmos juntos. Bem, três e meio. Estava na metade de Frozen. É por esse motivo que reafirmo para você o que disse a Gina. Kate Beckett é a minha verdadeira musa, para a vida inteira. 
— E ai está ele, o velho galanteador, o homem charmoso de sempre que conquistou meu coração - beijou o marido outra vez - pode vesti-la? Eu preciso tomar um banho e terminar o almoço antes de alimenta-la. 
— Claro, vou contar algumas historias da minha musa para você, Lily. Nem sempre ela foi essa doçura toda que você vê, teve uma vez que… - ele continuou falando ouvindo a risada da esposa. Decidiu não comentar nada ainda sobre sua outra ideia. Tinham tempo para isso. 

Nice, França 

Paul e Joh acordaram cedo para pegar o trem rumo a Nice. A viagem de ida era estimada em cinco horas, portanto chegariam lá proximo do horário do almoço. De acordo com o itinerário que Paul recebera da agência que contratara, eles iriam direto para o restaurante saborear um almoço especialmente elaborado pela vinícola onde se podia provar três diferentes vinhos fabricados por eles, cada um combinando com o prato em questão. Após isso, fariam um passeio aos arredores da vincula e encerrariam o tour com um degustação de queijos e vinhos que também lhe daria a oportunidade de adquirir garrafas dos seus preferidos. Ao terminar de ler o panfleto, Johanna sorriu. 
— Foi uma ótima escolha, Paul. Parece bem promissor. Eu só tenho uma pergunta. Está pretendendo me embebedar? Quais são seus reais planos por trás disso, hein moreno? 
— Nada disso, Joh. Está vendo essa palavra “degustação’. ninguém fica bêbado com uma amostra de vinhos. 
— Ainda acho que você está me escondendo alguma coisa. 
— Deixa de ser boba, amor. 
O almoço foi delicioso. Johanna ficou muito impressionada com a combinação perfeita entre a refeição e o vinho. Havia sabores delicados e intensos. Ela não parava de comentar sobre as notas dos vinhos, a escolha das uvas e os ingredientes dos pratos. Paul se divertia ao ver o quanto a namorada estava curtindo o passeio. 
— Audrey tem mesmo a quem puxar. Como você sabe todos esses detalhes de tempero e comida? 
— Eu leio bastante, experimento coisas novas. Aprendo. Acho que ela cresceu me vendo fazer isso. Sempre que tinha a oportunidade de fazer um congresso internacional, eu mergulhava na cultura e culinária local. Não tem coisa melhor. Paul, você nunca fez isso? Não costumava ir a congressos, visitar outros países? Confesso que fiquei um pouco surpresa ao ouvir que você nunca tinha vindo a Paris. 
— Eu acabei focando em trabalhar, ganhar dinheiro e fazer meu nome principalmente após a residência e quando eu tive a oportunidade de estudar e me especializar em traumatologia acabei escolhendo um lugar seguro, comum. Londres, você sabe. Não sou tão aventureiro quanto você, Joh. Estive em congressos em Berlin, Sidney, Toronto. Já fui ao caribe e ao Hawaii de férias. Voltei a Inglaterra também visitando com um amigo a Irlanda e a Escócia. Acho que é só. 
— Centrado, travado. Gosto de saber que estou fazendo você pensar em coisas novas, experimentar. Um brinde a isso - ela ergueu a taça sorrindo. Paul deixou a sua triscar na dela e comentou. 
— Você foi uma grande mudança na minha vida, Joh. Para melhor - ela o beijou rapidamente nos lábios. 
— Eu nunca estive na Escócia. Talvez possamos pensar nesse destino para a nossa próxima viagem. Quando viermos visitar Audrey no fim do ano ou na primavera, o que acha? 
— Já está fazendo planos para o futuro? 
— Com minha filha morando na França, acho que Nova York - Paris será a minha mais nova ponte aérea, aliás a nossa - sorrindo ela tomou outro gole do vinho. 
Terminando o almoço, eles fizeram o passeio pela vinícola. A paisagem era de tirar o fôlego. Eles se divertiam como um verdadeiro casal de enamorados. Na degustação de queijos e vinhos, novamente Paul viu Johanna se empolgar. Estava mais tagarela que antes e o namorado notou que ela exagerara nas doses. Teve dificuldades em escolher quais garrafas queria comprar o que lhe deu mais motivos para experimentar mais vinhos. Por fim, fez Paul comprar quatro garrafas diferentes. Estava um pouco alta, de pilequinho. Era engraçado vê-la assim. Ria do jeito de Johanna que ficara ainda mais desinibida que o normal o que o fez ficar vermelho algumas vezes. Ele precisaria corrigir esse pequeno problema se quisesse terminar a sua noite como planejara.  
Eles pegaram o trem de volta e a viagem fora estimada em quatro horas, bem menos que a ida. No trem, ele tratou de servir uma caneca de café expresso e uma fatia de torta de chocolate para combater um pouco do álcool presente no organismo da namorada. Ela acabou cochilando em seu ombro o que certamente ajudou a melhorar a sensação provocada pela bebida e para deixa-la mais disposta. 
Chegaram a Paris por volta das sete e meia. Foram direto para o hotel e Paul anunciou que tinham reservas para o jantar às nove em um restaurante que sabia que Joh adoraria. 
— Vamos jantar no L’Atelier Joel Robuchon, amor. Vi que tem duas estrelas Michelin. 
— Nossa! Esse é um dos melhores restaurantes de Paris. Nós vamos jantar lá? 
— Sim, eu pesquisei e como sei o quanto você aprecia a culinária francesa achei que seria uma ótima escolha para a nossa última noite em Paris. Sabe o que se diz, quem está na chuva é para se molhar. E você merece. 
— Ah, moreno… quando você vai parar de me surpreender? - ela o abraçou pela cintura, beijou-lhe o peito, o pescoço e por fim os lábios. Ele sorria pensando no que estava por vir. 
— Espero que nunca, Joh. 
— Eu também. Vou me arrumar, meu Deus! Temos pouco tempo! - ela saiu apressada para o banheiro. 
Paul estava pronto esperando por Johanna que finalizava a maquiagem. Temia que ela se atrasasse, afinal passara um bom tempo tagarelando com a filha ao telefone contando todas as novidades do dia e mostrando o quanto estava empolgada com o jantar. Involuntariamente, Paul enfiou a mão no bolso pela quinta vez naquela noite para se certificar que estava preparado embora muito ansioso. Ele vestia uma calça social cinza, uma camisa no tom salmon e o paletó no mesmo tom da calça. Checava o relógio. Não queria se atrasar. A tolerância do restaurante para reservas era de quinze minutos. 
— Vamos, Joh! Ainda falta muito? 
— Não, estou pronta - ao vê-la a sua frente, Paul prendeu a respiração. Ela estava linda. Johanna colocara um vestido em tom de laranja que realçava seus cabelos ruivos. Era simples, mas possuía um decote no colo que expunha as sardas que ele amava e a fenda nas pernas que mexiam com a imaginação do médico. Reparou que ela usava uma gargantilha discreta em ouro branco - foi o que deu para arrumar. Não sei se estou vestida à altura do restaurante. 
— Você está linda, Joh. Deslumbrante. Juro que se não tivéssemos que ir, se essa reserva não fosse tão difícil de conseguir eu tirava sua roupa nesse minuto e faria amor com você.
— Não me tenta, moreno. Escolher entre você e um jantar em um restaurante 2 estrelas Michelin é muito difícil. 
— Uma coisa de cada vez, teremos tempo para isso - de mãos dadas deixaram o hotel por volta das oito e meia. A corrida de taxi levou quinze minutos e chegaram com antecedência ao local. O maitre os conduziu até a mesa do casal. Assim que sentaram, Paul comentou.
— Vou precisar da sua ajuda, eu não falo francês. Apenas sei que o restaurante possui um menu especial com 12 pratos diversos. É esse que iremos experimentar. O melhor do chef. 
— Tudo bem, eu posso fazer isso - o garçom se aproximou com os menus, a carta de vinho e uma pequena cesta com pães. Direcionou-se ao cavalheiro e perguntou o que desejariam beber. Johanna se antecipou e pediu alguns minutos para se familiarizarem com o menu. Compreendendo o garçom se afastou - vamos pegar uma garrafa de um dos vinhos que experimentamos hoje? 
— O que você quiser. 
— Vou dar uma olhada no menu para ver o que combinaria mais - Johanna se entretinha lendo o menu sem perceber o jeito abobalhado que o namorado olhava para ela. Paul não pode evitar o sorriso ao lembrar que pouco mais de um ano, ele e a bela médica a sua frente eram apenas bons amigos. Como sua vida mudara. Ele estava em Paris com a pessoa mais importante de sua vida - o que acha? O cabernet blanc mesmo? Paul? Hey… - ela acenou para ele - Paul? 
— Ahn, oi. O que você disse? 
— Perguntei se vamos de cabernet blanc ou sauvignon. O que foi? Parecia estar longe. Está tudo bem?  
— Sim, acho que estava sonhando acordado. 
— Posso saber com o que? 
— Você. Por algum momento você imaginou estar em Paris comigo, Joh? - ela sorriu. Esticou a mão para toca-lo. 
— Eu estaria mentindo se dissesse que não imaginava estar com você. Em Paris? Isso é apenas um bônus. Acho que devemos ir de sauvignon. Vou pedir logo a comida, tudo bem? 
— Sim, estou ansioso para ver o que esse chef pode fazer. Duvido ser melhor que você - ela gargalhou. 
— Quem me dera, moreno, mas obrigada pelo elogio - o garçom se aproximou e Johanna fez o pedido. Aos poucos, os pratos mais variados chegavam à mesa com um intervalo decente para saborea-los, degustar o vinho e não se sentirem tão cheios. Tudo estava incrível. Johanna estava nas nuvens com cada novidade - é quase um orgasmo gastronômico, moreno. 
— Tenho que concordar que é tudo delicioso. Não saberia dizer qual é o meu preferido. 
Quando acabaram os pratos principais, Paul pediu licença para ir ao banheiro. Eles já tinham terminado a garrafa de vinho e ele queria pedir outra bebida para acompanhar a sobremesa. De frente para o espelho do banheiro, ele respirou fundo tentando controlar o nervosismo. Não devia estar assim, eles se amavam. Fechou os olhos outra vez e ao abri-los sentiu-se mais confiante. Ao retornar à mesa, Johanna comenta que o garçom perguntou se já pode trazer a sobremesa. 
— Por mim, tudo bem - ele puxou a cadeira se aproximando mais dela propositalmente - que tal pedirmos duas taças de champagne? Não tomamos nenhuma vez aqui. Quando em Roma, acho que o mesmo vale para Paris, não? 
— Eu adoraria beber champagne com você - vendo que Paul estava de volta à mesa, o garçom se aproximou e ouviu o pedido de Johanna retornou com as duas taças da champagne e duas sobremesas. Um mil folhas perfeito. Somente de olhar a obra-prima Johanna salivava - isso deve estar uma delicia - ela já ia pegar a colher para provar o doce quando Paul segurou sua mão. 
— Joh, será que pode esperar um pouquinho para devorar a sobremesa? Eu quero fazer um brinde, porém antes quero dizer umas palavras, na verdade fazer uma espécie de declaração, confissão, escolha a melhor definição para você. 
— Hum, moreno… mais surpresas? Você sabe que eu adoro um mistério. Pode falar - ele entrelaçou os dedos nos dela. 
— Sabe aquela hora que você me chamou? Eu estava me lembrando o quanto minha vida mudou em pouco mais de um ano. Éramos apenas bons amigos, trabalhávamos juntos. Até sermos desafiados pela nossa paixão mutua, a medicina através de um outro casal que nos fez enxergar o que estávamos perdendo. Nossa relação evoluiu, você veio morar comigo e confesso que nunca pensei nessa idade estar feliz e realizado ao lado de alguém. 
— Paul, você não… 
— Hey, você ia me deixar falar espertinha. Agora sua filha está em Paris, ficará aqui por vários anos e com essa nova mudança não vejo porque não continuarmos exatamente como estamos. Morando juntos. Para ser sincero, nem cogito a possibilidade de você se mudar. Eu também menti quando falei que era uma declaração. Pode ser chamada assim, mas é principalmente uma promessa. Joh, você é a pessoa mais importante da minha vida, a mulher que eu amo. Não consigo me imaginar sem você. Sei que para nós a linha do tempo foi um pouco injusta. Ambos estamos na faixa dos quase cinquentões - ela riu - embora nossas almas sejam de adolescentes explodindo de hormônios. O que quero dizer é que serei seu parceiro para o resto da vida se e quando você quiser. Somos um casal. Vivemos como tal - ele tirou uma pequena caixa azul do bolso, abriu-a e Johanna se deparou com um anel de diamante, um solitário ou como muitos costumavam dizer anel de compromisso. Os olhos estavam cheios d’agua, ela lutava para não chorar. Acabou por deixar escapar… 
— Paul…wow… - ele pegou o anel e cuidadosamente colocou em seu dedo anelar da mão direita dela. 
— Eu não vou fazer a pergunta. Eu estou expressando com ações que estou pronto e o quanto te amo. A minha promessa é estar sempre ao seu lado, ama-la incondicionalmente. E no dia que você estiver pronta, você me dirá o que quer colocando esse anel na sua mão esquerda e eu prometo que farei a pergunta - ele sentiu a mão dela tremendo na sua. As lágrimas molharam o rosto dela.    
— Oh, Paul… - ela avançou na direção dele sorvendo seus lábios apaixonadamente. Ele podia sentir a pulsação dela acelerada através das veias do pescoço. Johanna sussurrou ao seu ouvido - eu amo você. Demais, moreno - se afastou - acabaram as surpresas por hoje? Não sei se meu coração de cinquentona aguenta. 
— Claro que sim, assim como sua alma jovem está ansiosa para fazer amor comigo quando sairmos daqui - ele ergueu a taça - a nós, Joh. 
— A nós e ao amor, Paul - brindaram e beberam o champagne. Rindo, eles provaram a sobremesa enfim. O jantar foi fechado com chave de ouro, esse foi o melhor mil folhas que Johanna já comera em sua vida. Assim que o garçom se aproximou para perguntar se eles aceitavam um café e uma dose de licor. Johanna recusou pedindo apenas a conta, não via a hora de estar de volta aquele quarto de hotel. Quinze minutos depois deixavam o restaurante. 
Ao chegarem em seu quarto de hotel, Paul ligou para o serviço de quarto pedindo uma garrafa de champagne. Eles esperaram ansiosamente pela entrega enquanto se perdiam em beijinhos. Paul atendeu as batidas na porta assim que elas aconteceram pegou a bebida e assinou a comanda. Ao fechar a porta atrás de si, ele abriu a garrafa e serviu duas taças para eles. Reparou que Johanna admirava o anel. Entregou a taça. 
— É muito lindo. Paul, você planejou tudo isso antes de virmos? 
— Não totalmente, mas desde que você começou a resolver a vida de Audrey eu também passei a pensar em nossa vida, no futuro. Foi aqui que decidir seguir em frente com a promessa. 
— Está dizendo que comprou esse anel aqui? 
— Sim, ontem quando lhe deixei com Audrey. Ela meio que me ajudou a achar o restaurante, porém não sabia ao certo o que eu ia fazer. Acho que ela chegou a pensar que eu faria, você sabe. 
— A pergunta - ele virou o liquido nos lábios. Johanna fez o mesmo. Ele se aproximou da namorada tirando a taça de sua mão. Deixou-as na cabeceira da cama junto com a garrafa. Abraçou-a com carinho. Johanna tirou seu paletó, começou a desabotoar a camisa dele jogando-a ao chão em seguida. Passou as mãos no tórax dele, sentindo a pele quente, o perfume característico do namorado. Hugo Boss. E o aroma masculino de sua própria pele quando cheirou o pescoço dele. Posicionando-se por trás dela, Paul afastou os cabelos em tom avermelhado para o lado de modo a poder admirar e toca a pele de seu pescoço, ombros e colo onde as sardas despontavam. Ele achou o fecho do vestido e puxou-o de uma vez fazendo a peça cair ao chão aos pés dela. Johanna tratou de empurrar a roupa para longe. Ele estava de frente para a namorada que usava apenas a calcinha. 
Vagarosamente, ele provava sua pele. Não tinha pressa. Roçava os dentes na clavícula dela como se pudesse morder as sardas. Fez um caminho de beijos até o meio dos seios então ele se ajoelhou na frente dela e seguiu sua viagem. Primeiro acariciou os seios com as mãos descendo-as até a cintura dela. Os dedos brincavam com o elástico da calcinha, os lábios e a lingua atiçavam-lhe os mamilos até toma-los na boca, sugando um a um os seios de Johanna fazendo-a gemer e agarrar os cabelos dele. Ela sentia a umidade explodindo em seu centro. Paul não parou por ai.   
Continuou deslizando os lábios pela pele dela. Estômago, ventre, umbigo. Ele apertou o bumbum de Johanna e finalmente deixou a calcinha cair até os pés dela. Afastou as pernas dela e mordiscou o interior das coxas. Então, ele a provou com vontade arrancando um grito de prazer de Johanna. Ela estava zonza. Tentava se segurar nos ombros dele, puxa-lhe os cabelos. O coração acelerava, o colo vermelho e o tremor tomou conta do corpo. Ela sentiu as pernas fraquejarem quando o orgasmo a atingiu, mas Paul estava lá para ampara-la. 
Finalmente, ele se levantou do chão. Mantinha um dos braços ao redor da cintura dela para sustentar seu peso. Com a outra mão, ele acariciou os cabelos de Johanna. Recuperando um pouco das forças, ela puxou-o pela nuca para um beijo urgente. Paul a colocou deitada na cama. Tirou a calça e a cueca que vestia. Ele estava excitado e pronto para possui-la. Deitou-se sobre o corpo de Johanna beijando-a com vontade. A temperatura do quarto esquentou. Ela agarrava as costas dele roçando suas unhas na pele. Quando Paul a penetrou, ela teve o grito suprimido pelos lábios do moreno que a possuía. Ele se aprofundava dentro dela em ritmo sensual e lento até ceder ao desejo que o consumia aumentando o ritmo das estocadas. Johanna atracou as pernas na cintura dele. Mordiscava seus ombros e pedia por mais. A dança tornou-se frenética e quando a explosão finalmente aconteceu arrebatou ambos em ondas de prazer intenso. Paul se deixou desabar sobre ela. 
Ofegantes, eles ficaram quietos até que ele se afastasse deitando ao seu lado e puxando-a consigo. Paul ainda podia sentir as batidas descompassadas do coração de Johanna quando ela se deitou no peito dele. Ela suspirou e beijou o peito dele várias vezes. Foi tomada por uma explosão de felicidade que deixava seu coração leve. Ao fita-lo, ele não pode deixar de sorrir para ela. Johanna aproximou-se de seus lábios e beijou-os levemente. Num impulso, ela começou a cantar. 
“Quand il me prend dans ses bras
Qu'il me parle tout bas
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours
Et ça me fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause - ela tocava o nariz dele com a ponta dos dedos, seguiu para os labios acariciando-os com o polegar continuando a cantar. 
C'est lui pour moi. Moi pour lui dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie.
Et dès que je l'aperçois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat” 
— Wow! Eu não entendi uma palavra, mas isso foi muito sexy - ela riu do jeito dele e beijou-o novamente. 
— Minha parte favorita diz assim: é ele por mim, eu por ele na vida. Ele me disse, me jurou por toda a vida - ele a puxou para que seu rosto se alinhasse com o dele. 
— Por toda a vida, Joh. Eu prometo. 

— Oui, mon amour… - eles aninharam-se e logo adormeceram. 


Continua...

3 comentários:

cleotavares disse...

Gostei no namorado da Audrey e pelo jeito a D. Joh, também.
Coitado do Castle, a fama de mulherengo lhe persegue. Gostei da Gina, defendendo a "Nikki."
Ai Paris! Que lindo nosso casal Grey´s, esse moreno está saindo melhor que a encomenda.

Gessica Nascimento disse...

Sem muitos comentários. ..Lindo capítulo! !
Feliz ANO NOVO !!!❤❤❤

Vanessa disse...

Eu adoro as historias de personagens secundarios. Ainda mais os seus, porque e a gente se apaixona.
Nadine, Dana, entre outros. Eles dão outra dinâmica a historia, acho muito bacana poder ter mais opções, explorar os personagens.
Sem comprometer os personagens principais e voce faz isso maravilhosamente bem.

Adorei Chalie tb, todo respeitoso, responsavel e ainda cheio de estudos sobre os beneficios do videogame hahaha
Fora que virou fã de Joh ainda rolou menção caskett.
Adoro as provocações desses dois. E to rolando de rir de Audrey repreendendo eles divertidamente hahaha
Não to me aguentando com Joh toda ciumenta com Moulin Rouge. hahaha
Passeio na vinícola e eu so penso em queijos e vinhos.
Aquele momento mãe e filha fofinho.
E não é que o Moulin Rouge não teve problemas hahaha
O moreno querendo ter certeza que ela estava relaxada para o proximo plano.
Mais provocações e punições. Isso é tão caskett de um jeito difente hahaha
Enquanto isso em NY, Castle está adiantadissimo e Gina com a pulga atrás da orelha.
E não é que rolou o passeio em familia.
To rolando de rir com a enquadrada de Gina. hahahahahahaha
Foi hilário. Ameaçando ate falar com Kate, tipo "como uma capitã não percebe isso?" hahahahaha
Amei a resposta de Castle haha
E ainda disse que Kate ameaçou ele hahaha
Eu adorei ele citar o quanto eles amadureceram e que os dias de playboy realmente não existem mais.
E ainda deixando claro que se Kate não aprovar, ele nao escreve nada.
Castle chegou contando para Kate inclusive as acusações de Gina. Ela dizendo que não concorda e dando uma alfinetada otima haahaha
"Kate Beckett é minha verdadeira musa, para a vida inteira". (corações)

Voltemos a Paris...
O passeio ate a vinícola esta indo bem. Joh está desconfiada, mas não tem noção do que vem por aí.
Joh de pilequinho hahaha
Paul tão discreto que da café e faz ela ingerir glicose para aplacar o alcool.
E vamos para o jantar, estou ansiosa.
Paul tb está hahaha
O moreno sonhando acordado, que fofinho.
WOW! O moreno roubou o chão mesmo.
Eu adorei como ele deixou ela escolher o tempo que ela estivesse pronta. Ele não perguntou, mas disse que perguntaria quando ela demosntrasse estar pronta. WOW!
E pra fechar a noite com chave de ouro: fazer amor, ouvir a amada cantando em francês e dormir abraçadinho.